WikiCommons
No dia 14 de julho de 1904, morre na cidade alemã de Badenweiler o escritor russo Anton Pavlovich Tchekov.Seu corpo seria transportado logo mais para Moscou, onde milhares de pessoas seguiram o cortejo fúnebre. Foi enterrado ao lado de seu pai, no cemitério Novodevichy.
Tchekov nasceu em Taganrog, na Crimeia, no dia 29 de janeiro de 1860. Médico, dramaturgo e escritor, é considerado um dos maiores contistas de todos os tempos. Em sua carreira como dramaturgo, criou quatro clássicos. Exerceu a medicina ao lado da literatura. Numa de suas cartas escreveu: “A medicina é a minha legítima esposa; a literatura é apenas minha amante”.
Deixou de escrever peças teatrais após a péssima recepção de A Gaivota, em 1896. A obra, contudo, foi remontada pela companhia Teatro de Arte de Moscou de Constantin Stanislavsky e acabou aclamada em 1898. O mesmo grupo encenaria também Tio Vânia, As Três Irmãs e O Jardim das Cerejeiras. Essas quatro obras representam um desafio para os atores, assim como para o público, uma vez que, em vez de atuação convencional, exigem um “teatro de humores” a revelar a “vida submersa no texto”. No entanto, sobraram críticas azedas. A de seu amigo Lev Tolstoi, por exemplo: “Não consigo tolerar Shakespeare, mas suas peças são ainda piores”.
Introduziu inovações formais que influenciaram os contos modernos. Sua originalidade consistia no uso da técnica de fluxo de consciência, mais tarde adotada por James Joyce e outros modernistas. Rejeitou o propósito moral presente na estrutura das obras tradicionais. Jamais se desculpou pelas dificuldades impostas aos leitores, insistindo que o papel de um artista era o de fazer perguntas, não o de respondê-las.
Tchekov estudou medicina na Universidade de Moscou e começou a exercer sua carreira a partir de 1884. Sentindo-se responsável pela família, instala-se em Moscou após a falência do pai, um pequeno comerciante. Tenta elevar sua renda publicando contos em diversos jornais. O sucesso chega rápido, mas vive ressentido por conta de uma tuberculose que o obrigaria a viajar por toda sua vida em busca de um clima mais conveniente que o de Moscou.
Apesar de se esquivar de todo engajamento político, manteve-se sempre extremamente sensível à miséria de sua gente. Em 1890, a despeito de sua doença, permaneceu um ano no presídio de Sakalina para testemunhar as condições dos presidiários. O livro A Ilha de Sakalina seria publicada em 1893. Por toda a sua vida multiplicaria ações de benemerência, como a construção de escolas e o exercício gratuito da medicina.
Suas novelas antes e em seguida às peças de teatro fizeram dele uma das glórias nacionais russas, algo próximo de um Dostoievsky ou de um Tolstoi.
Também nesse dia:
1099 – Cavaleiros capturam Jerusalém na primeira Cruzada
1789 – Revolução Francesa começa com a queda da Bastilha
1882 – O temido e certeiro pistoleiro John Ringo é encontrado morto
1960 – ONU envia suas forças ao Congo a pedido do primeiro ministro, Patrice Lumumba
NULL
NULL