Em 1º de abril de 1924, o líder do Partido Nazista (Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães ou, em alemão, Nationalsozialistische Deutsche Arbeiterpartei – NSDAP), Adolf Hitler, é sentenciado a cinco anos de prisão por liderar o fracassado “Putsch da Cervejaria” em Munique, no estado da Baviera.
No começo dos anos 1920, as fileiras do Partido Nazista de Hitler engrossavam com alemães ressentidos que simpatizavam com a organização partidária que manifestava ódio implacável aos marxistas, ao governo social-democrático e aos judeus. Em novembro de 1923, após o governo alemão ter retomado o pagamento das reparações de Guerra ao Reino Unido e à França, os nazistas detonaram o “Putsch da Cervejaria” – sua primeira tentativa de chegar ao poder pela força. Hitler esperava que sua revolução nacionalista na Baviera se espraiasse entre o insatisfeito exército germânico, que por sua vez derrocaria o governo em Berlim. Contudo, o levante foi imediatamente reprimido pela polícia e Hitler foi preso, julgado e condenado a cinco anos de prisão por ‘alta traição’.
Enviado à prisão de Landsberg, passou o tempo escrevendo sua autobiografia, Mein Kampf (Minha Luta) em que definiu claramente sua filosofia da superioridade racial ariana, a aversão ao marxismo e aos marxistas e o seu arraigado anti-semitismo, e trabalhando para aperfeiçoar suas habilidades oratórias.
NULL
NULL
Após nove meses de cárcere, a pressão política exercida por aliados do Partido Nazista forçaram sua libertação. Durante os poucos anos subsequentes, Hitler e outros líderes nazistas reorganizaram seu partido como um movimento de massas fanático, em condições de tentar conquistar a maioria no Parlamento alemão – o Reichstag – por meios legais em 1932. No mesmo ano, o presidente Paul von Hindenburg derrotou um intento presidencial de Hitler.
Entretanto, em janeiro de 1933, apoiado e pressionado pelas forças conservadoras e empresariais, pelos partidos de centro-direita, pelos liberais e parte dos social-democratas, nomeou Hitler como chanceler do Reich, na esperança de que o líder nazista com suficiente poder e respaldo político, pudesse isolar os esquerdistas e o perigo de uma revolução, mas ao mesmo tempo mantido em rédea curta como membro do gabinete presidencial.
Todavia, Hindenburg subestimou a audácia política de Hitler. Um dos primeiros atos do novo chanceler foi valer-se do incêndio do Reichstag – o que mais tarde se comprovou, na autodefesa que o incriminado líder comunista búlgaro Gueórgui Dimitrov fez no processo judicial que se seguiu, ter sido provocado pelos próprios nazistas – como pretexto para convocação de novas eleições gerais. A polícia sob o comando do líder nazista Hermann Goering reprimiu e conteve os partidos de oposição antes do pleito, e os nazistas conquistaram uma estreita maioria. Pouco depois, Hitler assume poderes absolutos por intermédio de decretos-leis. Em 1934, com a morte de Hindenburg, os últimos resquícios de um regime minimamente democrático foram desmantelados, deixando Hitler como o führer indiscutível da Nação e com as mãos livres para se preparar para a Guerra de conquista e o genocídio que se seguiu.