Em 24 de janeiro de 661, é assassinado o quarto califa, imame Ali ibn Abi Talib, genro do profeta Maomé, dando início ao cisma muçulmano entre a corrente dos xiitas e a dos sunitas.
Ali havia sido nomeado o quarto califa (sucessor de Maomé) em 657. Mas, durante seu reinado, vieram à tona rivalidades com o governador da Síria, Muáwiya. Contrariado, o governador pegou em armas contra o soberano, aliando-se à viúva de Maomé, Aícha.
Travou-se uma batalha sangrenta em Siffin, às margens do rio Eufrates (no atual Iraque). Durante a batalha, Muáwiya pôs versículos do Alcorão na ponta das lanças dos soldados. Extremamente religioso, Ali se viu incapaz de continuar combatendo e aceitou mediar o confronto por uma arbitragem.
No entanto, a negociação causou indignação em muitos seguidores de Ali. Alguns deles, os kharidjitas (dissidentes), consideraram a arbitragem humana como um ultraje à justiça divina e, por isso, Ali deveria ser assassinado.
Em 661, em frente à mesquita de Koufa, na Mesopotâmia, Ali levou um golpe de espada envenenada, dado por um de seus ex-seguidores que se tornou kharidjita.
Para sucedê-lo, o grupo sunita escolheu o próprio Moawiya, um sunita, membro da família omíada (de ricos chefes de Meca), que não pertenciam à dinastia do profeta. O novo califa estabeleceu a capital do Império Árabe em Damasco (na Síria) e a dinastia que fundou reinaria por quase 100 anos.
Com o passar do tempo, o islã se viu dividido entre três correntes básicas: os xiitas, sunitas e sufistas. Os xiitas (de shi'a, facção) pregam um estrito rigor na prática da religião, e os sunitas, de suna (manual de comportamento segundo recomendações do Profeta), defensores de uma aplicação flexível da doutrina. A minoria, os xiitas, simpatizantes de Ali, não aceitou esta situação, pleiteando que o califado passasse às mãos de Hassan e Hussein, filhos de Ali. Mas ambos acabaram também sendo assassinados.
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