A organização Human Rights Watch (HRW) publicou nesta quinta-feira (12/01) o seu relatório mundial sobre os casos de maior risco aos direitos humanos durante o ano de 2022, segundo a avaliação dos seus observadores.
O informe chama a atenção pelo destaque que deu ao Brasil, um dos países que a entidade considerou mais preocupantes, devido ao realizado pelo governo de Jair Bolsonaro.
Segundo a HRW, “o Brasil mostrou as consequências de não defender os direitos humanos. Durante seus quatro anos na presidência, o Bolsonaro, um apologista da ditadura militar abusiva do Brasil, ameaçou os pilares da democracia”.
O informe lembra que Bolsonaro “promoveu uma campanha de insultos e intimidação contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e tentou minar a confiança no sistema eleitoral, disseminando alegações infundadas de fraude eleitoral”.
Apesar de o documento estar focado nos acontecimentos do ano de 2022, houve um parágrafo adicional para falar sobre a tentativa de golpe de Estado promovida por militantes bolsonaristas no último domingo (08/01).
Marcelo Camargo / Agência Brasil
Militantes bolsonaristas durante tentativa de golpe de Estado em Brasília, no dia 8 de janeiro
“Apoiadores de Bolsonaro pedindo intervenção militar invadiram o Congresso, o STF e o Palácio do Planalto. Eles arremessaram móveis pelas janelas, danificaram obras de arte valiosas e roubaram armas, computadores, documentos e outros itens. Vários repórteres disseram que foram agredidos e tiveram seus equipamentos destruídos”, relata o texto.
A organização lembra que o presidente Lula decretou intervenção federal na segurança pública do Distrito Federal, como primeira reação aos ataques às instituições.
De acordo com a diretora da HRW no Brasil, Maria Laura Canineu, “o ataque de 8 de janeiro às instituições democráticas brasileiras não foi um episódio isolado, mas sim o resultado de uma série de ofensivas contra o sistema democrático durante os quatro anos em que Jair Bolsonaro foi presidente”.
Ela acrescenta que “as respostas das autoridades brasileiras deveriam fortalecer o sistema democrático e defender o Estado de direito, responsabilizando todos aqueles que praticaram ou permitiram a violência”.