Duas semanas depois do presidente dos EUA, Donald Trump, colocar a Huawei na “lista negra” de empresas que “ameaçam a segurança nacional”, a fabricante chinesa de telecomunicação apresentou nesta quarta-feira (29/05) uma moção em um tribunal do Texas pedindo a anulação da lei que limita a compra dos seus equipamentos.
De acordo com o diretor jurídico da Huawei, Song Liuping, “essa lei estabelece diretamente que a empresa é culpada e impõe elevado número de constrangimentos, com o objetivo evidente de afastar a Huawei” do mercado norte-americano.
Com isso, a empresa reitera seu pedido ao governo para “interromper a campanha de sanção do Estado contra a Huawei” e alega que os EUA “condenariam” a gigante chinesa sem provas e sem lhe dar a oportunidade de se defender.
A ação diz respeito à proibição estabelecida pela Lei de Autorização de Defesa Nacional, uma medida que proíbe agências federais de usarem equipamentos de telecomunicações feitos por companhias consideradas como risco à segurança cibernética. A moção será ouvida no mês de setembro. “O governo dos EUA não forneceu qualquer prova para mostrar que a Huawei é uma ameaça à segurança. É apenas especulação”, ressaltou Liuping.
Com a inserção na “lista negra” do Departamento de Comércio dos EUA, a Huawei enfrentará dificuldade ao comprar componentes e materiais tecnológicos de empresas norte-americanas sem autorização prévia do governo.
Consequentemente, como a chinesa depende dos componentes para fabricar seus produtos, irá se prejudicar no mercado. De acordo com Liuping, a medida “também prejudicaria diretamente” as empresas norte-americanas e afetaria os empregos. A proibição ocorre em meio a uma guerra comercial protagonizada pelos EUA e China, na qual ambos os países já impuseram tarifas adicionais avaliadas em bilhões de dólares em produtos das duas nações.
*Com Ansa
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‘Governo dos EUA não forneceu qualquer prova para mostrar que a Huawei é uma ameaça à segurança’, disse diretor jurídico da empresa