O exército mexicano vem cometendo generalizadas violações dos direitos humanos na luta contra os cartéis da droga, com a prática da tortura, execuções e desaparecimentos, denunciou nesta quinta-feira (10/11) a Human Rights Watch. A organização de defesa dos direitos humanos afirmou também que os crimes acontecem com aparente aval das autoridades.
O presidente mexicano, Felipe Calderón, lançou em dezembro de 2006 uma “guerra” contra o tráfico, com o envio de 45 mil militares e 20 mil agentes federais a zonas conflituosas. Mais de 45 mil pessoas morreram desde o início da ofensiva.
Efe
Polícia inspeciona local onde 8 pessoas foram mortas, em Culiacán, estado de Sinaloa
De acordo com a HRW, exército e polícia estão envolvidos em pelo menos 24 execuções extrajudiciais e 39 desaparecimentos forçados nos estados de Baixa Califórnia, Chihuahua, Novo Léon, Guerrero e Tabasco.
Ao longo das 170 páginas do documento – intitulado “Nem Direitos, Nem Segurança” – a HRW aponta a existência de dados “credíveis” de práticas de tortura executadas pelas forças de segurança, incluindo espancamentos, asfixia com sacos de plástico, water-boarding (afogamento parcial), choques eléctricos e abusos sexuais.
Segundo a HRW, a estratégia da ofensiva ao tráfico de droga no México é contraproducente, pois a apatia das autoridades em investigar e julgar estas denúncias de abusos cometidos pelas forças policiais está alimentando a violência.
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