A população da Hungria vai às urnas neste domingo (03/04) para renovar seu Parlamento enquanto o atual primeiro-ministro ultranacionalista, Viktor Orbán, busca conseguir sua quarta reeleição consecutiva no país.
Ainda que tenha a liderança nas intenções de voto, o premiê não deve conseguir repetir as grandes maiorias que formou no Parlamento e que permitiram conseguir reformular a Constituição da Hungria.
Neste domingo, além da votação parlamentar, os húngaros também votam em um referendo convocado pelo partido governista Fidesz com perguntas sobre educação sexual para crianças. O tema é uma das apostas de Orbán para conseguir um novo mandato.
Para além de Orbán, a disputa pela liderança do país conta com a participação do prefeito de Hódmezővásárhely, Péter Márki-Zay, uma cidade de pouco mais de 40 mil habitantes, que ganhou as prévias da coalizão opositora, batizada de “Unidos pela Hungria”, e enfrentará o premiê nas urnas.
A coalizão de oposição encabeçada por Márki-Zay é formada por partidos de direita, centro e centro-esquerda.
Caso eleito, Márki-Zay promete eliminar a legislação de Órban que proibiu menções a pessoas LGBTQIA+ em material escolar e em programas de televisão para menores de 18 anos.
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Viktor Orbán busca conseguir sua quarta reeleição consecutiva no país
O candidato a premiê também promete reformular a Constituição do país para “restaurar o estado de direito”.
Com relação ao referendo em que os húngaros votarão, inclui perguntas sobre o apoio ao ensino de “orientação sexual” e uma suposta promoção de “terapia de redesignação sexual para crianças menores de idade”.
Em fevereiro, o presidente Jair Bolsonaro (PL) visitou Orbán em Bucareste e os dois líderes ressaltaram sua defesa da “família”. O premiê da Hungria afirmou na ocasião que conversou com o mandatário brasileiro sobre “ataques à família” e fez uma defesa dos “valores cristãos”.
Com a derrota eleitoral de Donald Trump nos Estados Unidos, que recentemente defendeu o voto em Orbán, as eleições parlamentares da Hungria são importantes para o futuro da extrema direita mundial.
(*) Com Brasil de Fato.