A anulação de todos os atos processuais da Lava Jato de Curitiba (PR) contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nesta segunda-feira (08/03) ganhou destaque na imprensa internacional. Chamado de “ícone da esquerda” pelo The Guardian, jornal britânico afirmou que o petista poderá enfrentar Jair Bolsonaro nas eleições presidenciais de 2022 no Brasil.
O periódico aponta que a decisão do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), “restaurou” os direitos político de Lula, indicando uma possível candidatura do ex-presidente ao cargo mais alto da República.
“A decisão, que os analistas chamaram de bomba política, significa que Lula, quase certamente, desafiará o atual presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, nas eleições presidenciais de 2022”, disse o jornal.
O Guardian ainda declarou que Lula “supervisionou um período histórico de crescimento” do país, de redução da pobreza e que foi “afastado” em 2018 de concorrer às eleições.
Al Jazeera
A emissora Al Jaazera, por sua vez, apontou que a decisão de Fachin “abre as portas” para Lula “concorrer em 2022”. Segundo a mídia, a anulação das condenações contra o petista “abriram a disputa” pelo cargo de presidente.
“A decisão, que será revista pelo Supremo Tribunal Federal, restaurou os direitos políticos de Lula, potencialmente abrindo a disputa presidencial de 2022, quando o presidente de direita Jair Bolsonaro deve buscar a reeleição”, disse o Al Jaazera.
Página/12
O jornal argentino Página/12 apontou que o ministro Fachin é um juiz “conhecido por estar alinhado com as denúncias e processo promovidos pela Operação Lava Jato”, e afirmou que tal decisão acontece “após o escândalo gerado pelo vazamento de mensagens que expunham o que Lula e o PT sempre denunciaram”.
“Lula foi preso no meio de uma operação que foi veiculada em todo o mundo e teve que rebaixar permanentemente sua candidatura”, disse.
Página/12 recordou ainda que o juiz Sergio Moro, o “arquiteto do Lawfare brasileiro”, segundo o periódico”, “seria premiado meses depois”, quando o foi nomeado como ministro da Justiça no governo Bolsonaro.
Ricardo Stuckert
Ministro do STF, Edison Fachin, todos os atos processuais da Lava Jato de Curitiba (PR) contra o ex-presidente Lula
Le Monde
Para o jornal francês Le Monde, a decisão de Fachin teve um “efeito de bomba” no Brasil, apontando que o ministro considerou que o tribunal de Curitiba “não era competente” para julgar tais casos.
O periódico afirma ainda que quando Lula foi preso, em 2018, o ex-presidente “era considerado o favorito das urnas para as eleições presidenciais de outubro de 2018”.
“Dois anos e meio depois, em pesquisa recente, Lula parece ser o único capaz de derrotar o presidente Jair Bolsonaro nas próximas eleições de 2022”, afirmou o Le Monde.
ABC Color
Já o diário paraguaio ABC Color, apontou que, em decorrência das sentenças que foram anuladas nesta sexta, o ex-presidente passou 580 dias preso na Superintendência da Polícia Federal de Curitiba.
O jornal também apontou que a decisão do ministro respalda na falta de “competência jurídica” de Moro ao analisar os casos. “Se o plenário [do STF] apoiar a decisão de Fachin, que se baseia no que descreve como 'erro de procedimento' e por 'falta de competência', Lula recuperará seus direitos político”, disse o ABC Color.
El País
O periódico espanhol El País afirmou que decisão de Fachin é uma “vitória” de Lula, apontando que o ex-presidente “sempre insistiu que Moro não era imparcial”. “A decisão é uma vitória de Lula, que entrou com habeas corpus no Supremo Tribunal Federal há mais de dois anos, assim que Moro anunciou que aceitara o convite da ultra direitista Bolsonaro para ser ministro da Justiça”, declarou o jornal.