Em reportagens e editoriais de segunda-feira (18/04), os jornais norte-americanos New York Times, Wall Street Journal e Washington Post argumentaram que o possível impeachment da presidente brasileira, Dilma Rousseff, não irá solucionar a crise econômica pela qual passa o Brasil.
O New York Times afirma que diversos empresários veem no vice-presidente, Michel Temer, uma saída para a crise. No entanto, o jornal aponta que Temer pode enfrentar resistência, principalmente vinda de partidos de esquerda, caso tente implementar reformas que visem frear os gastos públicos.
Agência Efe
Michel Temer assumirá a presidênca do Brasil caso Dilma sofra impeachment
“A estrada será íngreme. O partido de Temer [PMDB] goza de escasso apoio popular e os membros do Partido dos Trabalhadores de Dilma, incomodados com sua mudança de lado, provavelmente irão impedir seu trabalho no Congresso”, publicou o veículo que, entretanto, não reflete sobre possível soluções.
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Em posicionamento similar, o Wall Street Journal — por meio de um artigo de um empresário da Morgan Stanley, uma das maiores empresas norte-americanas de investimentos — defende que um impeachment “não salvará o Brasil” da crise econômica.
Ruchir Sharma, autor do texto, acredita que, para reverter a situação da economia, será necessário um reformista “carismático” e com influência no Congresso Nacional, algo que ele não acredita que Temer seja.
O Washington Post, por sua vez, pondera em editorial que a melhor saída para a crise, tanto econômica, quanto política do Brasil seria a realização de novas eleições. O jornal afirma, da mesma forma que as outras duas publicações, que Temer, já com um baixo índice de aprovação popular, enfrentará forte oposição por parte de parlamentares e senadores aliados à Dilma, caso ele assuma a presidência.
Além disso, o New York Times e o Washington Post apontam para o fato de que Eduardo Cunha, presidente da Câmara dos Deputados e possível vice de Temer — caso haja o impeachment —, conta com uma taxa de aprovação ainda menor que o atual vice, de forma que ele não é uma alternativa política viável para tentar resolver a crise econômica.