As manchetes dos jornais chilenos nesta segunda-feira (08/05) foram tomadas pela repercussão do resultado das eleições para o Conselho Constitucional, realizadas no dia anterior, e que terminaram com uma vitória significativa dos partidos de oposição de direita, e em especial do Partido Republicano, de extrema direita.
O diário La Tercera, por exemplo, enfatizou o fato de que “estes resultados consolidam os setores de direita como as principais forças políticas do Chile no momento, situação inédita na história do país, além de um cenário surpreendente se comparado com o conselho que foi eleito em 2021, onde a direita sequer conseguiu vagas suficientes para ter poder de veto”.
Nas eleições deste domingo (07/05), pelo contrário, foi a esquerda governista que obteve uma votação abaixo do esperado, e não alcançou a quantidade de um terço das vagas disponíveis: apenas 16 de um total de 50.
Por sua vez, os setores de direita elegeram 34 representantes, com destaque para o Partido Republicano, ultradireitista, que garantiu sozinho 23 vagas. Portanto, desta vez serão os partidos de direita que poderão aprovar suas propostas sem ter que negociar com a esquerda.
Vicente Farinelli
Jornais chilenos destacaram vitória da extrema direita nas eleições constituinte deste domingo (07/05)
Por essa razão, as críticas ao atual governo também ocuparam espaço nos meios de comunicação. Segundo o diário El Mercurio, de maior circulação no país, o resultado aponta “uma derrota gigantesca da esquerda, que mostra uma clara perda de apoio social para seguir com as reformas prometidas pelo presidente (Gabriel) Boric”.
“O governo Boric está definitivamente terminado”, afirmou o diário conservador.
Outra matéria que chama a atenção é o do site de humor político The Clinic, que no passado tinha uma linha editorial mais progressista, mas que tem se tornado mais conservador nos últimos anos.
Prova disso é uma matéria em que qualifica os eleitos pelo Partido Comunista para o Conselho Constitucional como “representantes da extrema esquerda” [validando um dos discursos que foram muito usados pelo Partido Republicano durante a campanha para defender não só o apoio ao ser partido mas também o voto contra a legenda governista].