A expansão do trabalho autônomo, o surgimento de novas formas de trabalho intermediadas por plataformas digitais e maior informalidade no emprego assalariado são indicadores de novos retrocessos para os trabalhadores na América Latina e no Caribe, informou um estudo das Nações Unidas.
A conclusão é da Comissão Econômica para América Latina e Caribe (Cepal), e da Organização Internacional do Trabalho (OIT) em estudo publicado nesta quinta-feira (16/05) que analisa os aspectos do cumprimento do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável de número 8 da Agenda 2030, programa da ONU.
Segundo o documento, a expansão do trabalho autônomo e de empregos de baixa qualidade contribuiu com aproximadamente 49% do aumento do número de pessoas ocupadas no mercado de trabalho no ano passado. Já a criação de empregos assalariados contribuiu com apenas 37%.
De acordo com o relatório, a composição da criação líquida de empregos em 2018 indica que a maior parte corresponde a trabalhos de baixa qualidade, o que verificaria uma deterioração adicional na qualidade média do trabalho na região.
A ONU receia que a informalidade trabalhista continue a crescer, tanto pela fraqueza na criação de empregos assalariados quanto pelo aumento da informalidade entre os empregos existentes em alguns países.
Como resultado dessa situação, se espera que a situação do emprego se deteriore, sobretudo nos países que enfrentam crise econômica em 2019.
O estudo ainda prevê que o fraco crescimento econômico da região conduzirá mais uma vez à lenta criação de empregos assalariados. Isso leva a previsão de um aumento da informalidade, especialmente de certos tipos de trabalho autônomos.
Brasil
O relatório indica que o aumento de empregos no Brasil foi mínimo, de 0,1%, e não foi impulsionado pela criação de emprego assalariado.
Em 2018, a taxa média de desemprego nas áreas urbanas do Brasil ficou em 14,2%, a maior entre as nações da região avaliadas no ano passado.
Entre homens e mulheres do Brasil, os índices ficaram em 12,5% e 16,1% respectivamente. Em 2008, a taxa média de pessoas sem emprego no país era de 7,9%.
Dos 19 países analisados, o índice de desemprego urbano cresceu mais de 0,1% em 10 deles, incluindo Argentina, Chile, Costa Rica, e Uruguai.
*Com ONU News
Reprodução/CUT Colômbia
Relatório elaborado pela Cepal e OIT indica que composição da criação líquida de empregos em 2018 corresponde a trabalhos de baixa qualidade