O presidente eleito do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, pediu a libertação do fundador do WikiLeaks, Julian Assange, afirmando que é “injusta” a prisão do jornalista.
A fala de Lula aconteceu após ele se reunir com Kristinn Hrafnsson, editor-chefe do site, e com Joseph Farrell, embaixador da organização, nesta segunda-feira (28/11), em Brasília.
Pelo Twitter, Lula afirmou que foi informado da situação de saúde e da luta por liberdade de Assange. “Pedi para que enviassem minha solidariedade. Que Assange seja solto de sua injusta prisão”, escreveu.
Estive com @khrafnsson, editor-chefe do WikiLeaks, e com o editor Joseph Farrell, que me informaram da situação de saúde e da luta por liberdade de Julian Assange. Pedi para que enviassem minha solidariedade. Que Assange seja solto de sua injusta prisão.
?: Cláudio Kbene pic.twitter.com/DuSvdEBQQY
— Lula (@LulaOficial) November 29, 2022
Assange está detido em uma prisão britânica desde 2019, sob a ameaça de extradição para os Estados Unidos, onde pode ser condenado a cumprir até 175 anos de prisão.
Em junho deste ano, a ministra do Interior do Reino Unido, Priti Patel, autorizou a extradição de Assange. A defesa do jornalista, no entanto, entrou com um recurso contra a extradição, que pode ser julgado a qualquer momento.
Contra Assange pesam 18 acusações de espionagem nos Estados Unidos, após ter divulgado, em 2010, informações sigilosas sobre atividades diplomáticas e militares norte-americanas.
Após o com Lula, o WikiLeaks informou que o presidente eleito “fala abertamente” sobre a “ilegalidade” da prisão de Assange.
Cláudio Kbene
Lula se reuniu com integrantes do Wikileaks, em Brasília, nesta segunda-feira (28/11)
“Na reunião, o presidente Lula reiterou seu contínuo apoio a Julian Assange e seu desejo de vê-lo livre”, disse a organização.
Veículos pedem anulação das acusações
No mesmo dia, alguns dos principais veículos de imprensa do mundo pediram ao governo dos Estados Unidos a anulação das acusações contra Assange. Em carta, os meios de comunicação afirmam que o processo movido pelos EUA contra o ativista prejudica a liberdade de imprensa.
“Obter e divulgar informações sigilosas quando necessário para o interesse público é parte essencial do trabalho diário dos jornalistas. Se esse trabalho for criminalizado, nosso discurso público e nossas democracias ficarão significativamente mais fracos”, afirmam em carta.
O documento foi publicado pelos seguintes veículos: o jornal britânico Guardian, o norte-americano New York Times, o espanhol El País, o francês Le Monde e a revista e portal da Alemanha Der Spiegel.
Os cinco veículos de comunicação foram escolhidos para publicar o material – mais de 250 mil documentos – fornecido pela Wikileaks entre 2010 e 2011 sobre abusos de militares dos EUA no Iraque.
(*) Com Brasil de Fato.