O Senado espanhol aprovou nesta sexta-feira (27/10) a aplicação do artigo 155 da Constituição do país na Catalunha, por conta da declaração de independência feita por Barcelona momentos antes da votação.
O premiê Mariano Rajoy se reuniu com seu gabinete para “restaurar” o que ele chama de “legalidade constitucional” na Catalunha, discutindo as medidas que serão tomadas contra a região até então autônoma. Elas estarão em vigor até a eleição de um novo governo catalão.
Saiba quais medidas Madri irá aplicar contra Barcelona:
1. Destituição do atual governo da Catalunha;
2. Limitação dos poderes do Parlamento regional;
3. Criação de órgão interventor para assumir as funções de governo na Catalunha;
4. Realização de eleições regionais no prazo máximo de seis meses;
5. Submissão dos funcionários públicos catalães às autoridades interventoras, incluindo os 17 mil agentes da polícia local (Mossos d'Esquadra);
6. Tomada do controle decisivo sobre economia, finanças, tributos e orçamento da região;
7. Controle do Centro de Telecomunicações e Tecnologias da Informação e do Centro da Segurança da Informação da Catalunha.
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Agência Efe
Governo de Mariano Rajoy foi autorizado a intervir na Catalunha
A aplicação do artigo foi aprovada por 214 votos a favor e 47 contrários. Esta aprovação já era esperada, já que Rajoy tem maioria na Casa.
“Liberdade”
Mais cedo, o Parlamento da Catalunha havia aprovado uma declaração unilateral de independência, proclamando a criação da República Catalã. O texto aprovado em Barcelona pede a abertura de negociações com Madri e o reconhecimento internacional da União Europeia (UE).
O vice-presidente da Catalunha, Oriol Junqueras, usou sua conta no Twitter para comemorar o resultado da votação no Parlamento catalão. “Sim. Nós ganhamos a liberdade de construir um novo país”, escreveu Junqueras.
Já no Parlamento e na praça em frente ao órgão, dezenas de deputados e prefeitos pró-separação gritavam “liberdade” após a votação. Eles ainda pediam a libertação dos “presos políticos” Jordi Sanchez e Jordi Cuixart, que foram detidos há duas semanas em Madri.