Diversas autoridades e comentaristas iranianos disseram nesta quarta-feira (12/10) que os Estados Unidos pretendem dividir os países muçulmanos para desviar a atenção de seus próprios problemas internos, acusando Teerã de estar por trás de um suposto complô terrorista descoberto em Washington.
Os EUA acusaram nesta terça-feira (11) o Irã de planejar um atentado contra as embaixadas da Arábia Saudita e Israel em Washington, assim como o assassinato do embaixador saudita na capital americana, Adel al-Jubeir, mas autoridades iranianas desmentiram o caso.
Leia mais:
Irã nega envolvimento em plano para matar embaixador saudita nos EUA
Ahmadinejad se diz disposto a suspender enriquecimento de urânio a 20%
Primeira usina nuclear iraniana entra em operação
Brasil vota a favor de investigações sobre violação de direitos humanos no Irã
O ministro de Assuntos Exteriores iraniano, Ali Akbar Salehi, afirmou que as acusações são “falsas” e que “nossos amigos na região do Golfo Pérsico estão familiarizados com este tipo de conspirações diabólicas” por parte dos EUA.
Segundo a agência de notícias oficial Irna, Salehi disse que o governo do presidente Barack Obama “será obrigado a pedir desculpas a Teerã pelas acusações infundadas”.
Sobre as relações entre Teerã e Riad, o responsável da diplomacia iraniana assegurou: “Temos boas relações com a Arábia Saudita”. Para ele, se há divergências com os sauditas, essas são por questões internacionais, e não nas relações bilaterais.
O presidente do parlamento consultivo iraniano, Ali Larijani, disse na Câmara que esta é a “mais nova brincadeira de criança (dos EUA) contra o Irã”, a fim de “causar mal-estar entre os países da região (do Oriente Médio)” e “desviar a atenção de seus problemas internos com uma divulgação em massa do caso pela mídia”.
Para Larijani, as acusações americanas de que pretendiam assassinar o embaixador saudita em Washington não prejudicarão as relações entre Teerã e Riad, que qualificou como “normais”.
O ministro de Cultura e Orientação Islâmica, Mohamad Hosseini, incluído na última lista de sanções da União Europeia, acusado de violação dos direitos humanos, comentou que os EUA “sempre tentam prejudicar as relações amistosas do Irã, criando discórdia” com países como a Arábia Saudita.
Hosseini criticou, além disso, os países europeus que impuseram sanções ao Irã e cidadãos e empresas iranianas, incluindo ele, e disse que a medida é “inadmissível”.
O presidente da Comissão de Segurança Nacional e Política Externa do Parlamento iraniano, Alaodin Boruyerdi, rejeitou a acusação e disse que Washington quer ofuscar os protestos do movimento de manifestantes em Wall Street, em Nova York, contra a crise econômica e os abusos bancários.
“Não há dúvida de que é um novo complô americano-sionista para distrair a opinião pública da crise enfrentada por Obama”, exclamou Boruyerdi, em declarações à agência de notícias local Fars.
O vice-ministro das Relações Exteriores iraniano, Hassan Gashgai, disse que as acusações pretendem “estragar a tranquilidade e estabilidade do Irã, devido à inveja dos EUA e do regime sionista”.
O comentarista político iraniano Sadeq al Hosseini ressaltou que essas acusações contra o Irã pretendem “criar tensão na região” do Oriente Médio no início da peregrinação anual a Meca, que reúne mais de 3 milhões de muçulmanos na Arábia Saudita.
“O Irã não tem problemas com os países árabes. Por isso, não há um motivo para assassinar cidadãos ou diplomatas de outros Estados da região”, acrescentou Hosseini em declarações à Fars.
Estados Unidos e Israel são inimigos declarados do Irã, enquanto as relações de Teerã com Riad estão instáveis, devido à aliança da Arábia Saudita com os EUA e também por sua rivalidade na área do Golfo Pérsico, embora sejam membros na Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo).
Siga o Opera Mundi no Twitter
Conheça nossa página no Facebook
NULL
NULL
NULL