O governo do Irã convidou na noite desta quinta-feira (09/01) representantes dos Estados Unidos, Canadá e França, além de membros da empresa Boeing, para participar das investigações da queda do avião Boeing 737-800 da Ukraine International Airlines, que caiu próximo a Teerã na quarta-feira e matou todas as 176 pessoas a bordo.
Em pronunciamento oficial, o porta-voz do governo, Ali Raiebi, disse que, seguindo as normas internacionais, o país onde o avião caiu, o país que emitiu a licença da aeronave, o país onde foi fabricado o motor e a empresa podem contribuir para o processo de investigação. O avião que caiu próximo a Teerã era ucraniano, feito pela Boeing e com motor da França.
Além disso, Teerã recomendou que “o governo dos EUA atente aos resultados das investigações […] ao invés de espalhar mentiras e realizar guerra psicológica”. As declarações vêm após Washington especular que o avião teria sido atingido por um míssil iraniano.
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O porta-voz também afirmou que será “bem-vinda” a participação de todos os países que “perderam os próprios cidadãos” no acidente. Entre os 176 mortos estão 82 iranianos, 63 canadenses, 11 ucranianos, 10 suecos, quatro afegãos, três britânicos e três alemães.
Tasnim
Avião que caiu próximo a Teerã era ucraniano, feito pela Boeing e com motor da França
França e EUA
Em comunicado, o Conselho Nacional de Segurança no Transporte dos EUA (NTSB, na sigla em inglês) anunciou que havia recebido uma “notificação formal” do Irã na quinta-feira (09/01) e que já tinha “designidao um representante credenciado para a investigação”.
Porém, o NTSB disse que ainda avaliava “seu nível de participação na investigação”.
Por sua vez, o Bureau d’Enquêtes et d’Analyses pour la Sécurité de l’Aviation Civile, agência do governo francês que investiga acidentes aéreos, também confirmou que recebeu uma notificação do governo iraniano e que também havia designado um representante apropriado para o caso.
Caixas-pretas
Pela manhã, o diretor-geral do Conselho de Investigação de Acidentes da Organização de Aviação Civil do Irã, Hassan Rezaiefar, disse que o país irá abrir as caixas-pretas do avião da Ukraine International Airlines ainda hoje.
“As autoridades estão tentando acessar a caixa-preta hoje em um laboratório adequado no Aeroporto Mehrabad, em Teerã”, disse o diretor, prometendo que “é possível reconstruir e analisar as informações dentro do Irã”.
“Se o Irã falhar em extrair as informações, pediremos ajuda da Rússia, França, Canadá e Ucrânia para analisar a caixa-preta”, disse.