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O Irã reduziu em mais de 80% as reservas de material nuclear mais sensível e cumpriu todas as medidas de transparência estipuladas pela ONU neste ano, segundo afirmou nesta sexta-feira (23/05) a AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica).
[Desde que Hassan Rouhani assumiu a presidência do Irã, o país passou a cooperar mais com as potências ocidentais]
Em relatório apresentado hoje em Viena, a AIEA destaca que a aplicação das sete medidas, estabelecidas no início do ano, ajudou a organização a ter “um melhor conhecimento do programa nuclear iraniano”.
O documento mostra que as autoridades iranianas diluíram ou transformaram em óxido, que serve como combustível para reatores, mais de 170 quilos de urânio enriquecido a 20%, dos 209 quilos que possuía quando o acordo com as potências foi assinado. O urânio altamente enriquecido é uma etapa técnica que está bem próxima do material propício para armas.
Em fevereiro, a AIEA pactuou com o Irã sete passos práticos que deviam ser adotados até meados de maio para tentar dar resposta às questões pendentes sobre o polêmico programa nuclear do país.
O Irã já negou diversas vezes as acusações de países ocidentais de que esteja tentando desenvolver a capacidade de construir armas nucleares. As conclusões apresentadas hoje pela AIEA devem agradar às seis potências do G5+1 (EUA, Rússia, China, França, Reino Unido e Alemanha), que, há uma década, têm um litígio nuclear com os iranianos.
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Segundo o novo relatório da AIEA, o Irã também entregou informações sobre as alegações de experimentos com explosivos de alta potência, necessários para desencadear uma detonação nuclear e que estão sendo analisados pelos especialistas das Nações Unidas.
Primeira vez desde 2008
A agência nuclear da ONU assegura que essa é a primeira vez, desde 2008, que Teerã entrega informação sobre o assunto. O órgão pediu que o governo iraniano continue cooperando e permita que os inspetores internacionais tenham acesso aos centros militares, como a base de Parchin, para pôr fim às dúvidas restantes.
Como resultado da cooperação, o Irã está gradualmente ganhando acesso a alguns dos seus recursos no exterior que estavam bloqueados, como parte do acordo interino firmado com o G5+1.
Na quarta-feira (21), o Irã e a AIEA acertaram cinco novas medidas de cooperação, cujo prazo máximo de cumprimento será o dia 25 de agosto.