O Irã intensifica as reações em torno das sanções impostas ao país pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas. O parlamentar Isfahan Hamid Reza-Fouladgar disse neste sábado (12/6) que a tendência é de que os iranianos reduzam a cooperação com a Aiea (Agência Internacional de Energia Atômica), que é ligada à ONU. O diretor-geral da Agência Energia Atômica do Irã, Ali-Akbar Salehi, afirmou que deve ocorrer um acirramento do impasse em torno do programa nuclear.
“Os Estados ocidentais devem parar de se envolver em um pântano construído por eles mesmos em relação ao Irão”, disse Salehi, segundo a agência oficial de notícias do Irã, a Irna. De acordo com ele, os “países ocidentais” devem buscar uma saída “menos ruidosa”.
Para o parlamentar Reza-Fouladgar, o acordo nuclear, negociado pelo Brasil e pela Turquia, no mês passado, recebeu críticas da comunidade internacional por indicar um movimento independente e que desagrada as grandes potências.
“A Declaração de Teerã [nome oficial do acordo nuclear] fechado pelo Irã, pela Turquia e pelo Brasil foi um movimento independente que contraria os interesses da arrogância global”, disse o parlamentar. “É evidente que as potências ocidentais não podem tolerar movimentos independentes de qualquer parte do mundo e quer enfrentá-los”, afirmou.
No último dia 9, o Conselho de Segurança da ONU aprovou por 12 votos sanções ao Irã. Apenas o Brasil e a Turquia votaram contra as medidas. O Líbano se absteve na votação. As sanções atingem as áreas comercial e militar. Estão suspensas as vendas de armas de grande porte para o Irã e foi ampliado o rigor na fiscalização dos navios de bandeira iraniana.
Para o governo brasileiro, a alternativa ideal teria sido o reconhecimento da comunidade internacional ao acordo nuclear, firmado no último dia 17, em Teerã. Nele, o Irã se compromete a enviar 1.200 quilos de urânio enriquecido a 3,5% para a Turquia. Em troca, o país receberia 120 quilos de urânio enriquecido a 20%.
O governo do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, reiterou que o programa nuclear tem fins pacíficos. Mas os Estados Unidos lideraram uma campanha, que obteve apoio da maioria da comunidade internacional, de que o programa tem como objetivo a produção de armas atômicas.
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