O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, pediu nesta terça-feira à ONU que levante as sanções contra seu país se querem que a atual negociação nuclear alcance os objetivos desejados. Ahmadinejad exigiu reconhecimento do regime iraniano e de seus “direitos inalienáveis”, entre estes o enriquecimento de urânio.
“A nação iraniana é a favor do diálogo, lógico e justo. Se eles negociam com sinceridade, ajustados à lei, respeitando os direitos inalienáveis de nosso povo e esquecem suas decisões errôneas e as sanções, então o diálogo será construtivo”, afirmou, em discurso na cidade de Arak.
Ahmadinejad advertiu que, se o Irã se sentir enganado, dará a mesma resposta que deu à comunidade internacional até o momento.
“Se estendem uma mão sincera para cooperar em diversos campos, a nação iraniana a estreitará, mas se mais uma vez vierem com enganos e traições e não reconhecerem nossos direitos, receberão o mesmo que receberam até agora”, acrescentou.
Ele voltou a criticar “os dois pesos e duas medidas” do Ocidente na questão nuclear, já que, na sua opinião, enquanto “gastam milhões de dólares para manter seus arsenais atômicos, tentam impedir que outros países acedam à energia nuclear pacífica”.
Postura construtiva
O Irã e o chamado Grupo 5+1 (Estados Unidos, Reino Unido, China, França, Rússia e Alemanha) retomaram o diálogo após quase 14 meses de interrupção, ontem em Genebra. A reunião terminou hoje com uma proposta para prosseguir com as conversas no fim de janeiro em Istambul. Mais cedo, o porta-voz do Ministério de Assuntos Exteriores do Irã, Ramin Mehmanparast, advertiu que a opção é que o diálogo prossiga independentemente de o Ocidente mudar sua postura e adotar uma “conduta mais construtiva”.
Apesar do objetivo prioritário fixado era o restabelecimento de confiança, o encontro conseguiu em meio à tensão, após o Irã ter se queixado do atentado de uma semana atrás em Teerã, que deixou um cientista morto e outro ferido. O regime iraniano culpou pelo atentado os serviços secretos dos EUA, Israel e o Reino Unido, e de forma indireta a ONU porque o nome de uma das vítimas estava incluído na lista de entidades e pessoas condenadas.
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