O Irã negocia a retomada de seu acordo nuclear com Estados Unidos, Reino Unido, França, Alemanha, Rússia e China. As conversas ocorrem esta semana em Viena, na Áustria, e buscam retomar o Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA, na sigla em inglês), como é conhecido o acordo nuclear iraniano.
O acordo está nas cordas desde 2018, quando o então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deixou o tratado internacional de maneira unilateral e voltou a impor sanções contra Teerã.
O JCPOA, assinado em 2015, estabeleceu limites ao enriquecimento de urânio do Irã e mecanismos de acompanhamento internacional das instalações nucleares do país. Em troca, foram suspensas sanções aplicadas pela comunidade internacional contra a economia iraniana.
O Irã afirma que seu programa nuclear tem fins pacíficos e rejeita a hipótese de estar desenvolvendo armas nucleares.
“Devido ao histórico ruim que os EUA deixaram e a falta de ação dos europeus, naturalmente a República Islâmica do Irã deve se assegurar de que no futuro ninguém mais possa ridicularizar o direito internacional e este acordo. Deve haver suficientes garantias”, afirma Said Jatibzade, porta-voz da chancelaria do Irã.
O porta-voz também destacou que seu país não aceitará mais exigências para além das já determinadas no acordo nuclear e a determinação de nenhuma data limite para o fim das conversas em Viena.
Iran_Gov/Twitter
Teerã negocia a retomada do acordo nuclear de 2015 e afirma que não aceitará novas exigências
Declaração conjunta de potências nucleares
Nesta segunda-feira (03/01), Estados Unidos, Rússia, China, Reino Unido e França emitiram uma declaração conjunta em que classificam como “primordial” evitar uma guerra “entre os Estados com poder nuclear”.
“Pretendemos manter e, mais além, reforçar nossas medidas nacionais para evitar o uso não autorizado ou não proposital das armas nucleares”, diz o texto assinado pelos países signatários do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP).
O TNP, todavia, não incluí outros países donos de armas nucleares, como Índia, Paquistão e Coreia do Norte.
Nesta terça-feira (04/01), o diretor-geral do Departamento de Controle de Armas do Ministério das Relações Exteriores da China, Fu Cong, destacou que Estados Unidos e Rússia são responsáveis por “90% das ogivas nucleares da Terra” e pediu que os dois países diminuam seu poderio nuclear “de maneira irreversível e legalmente vinculante”.
Pequim, afirmou Fu, “mantém a capacidade nuclear no nível mínimo necessário para garantir a segurança nacional”.