Atualizada às 16h40
Israel anunciou neste domingo (04/10) que vai bloquear o acesso à cidade velha de Jerusalém aos palestinos durante ao menos 48 horas. A decisão vem horas após um ataque reivindicado pela Jihad Islâmica e apoiado pelo Hamas resultar na morte de dois israelenses no centro histórico, além de uma série de hostilidades crescentes entre as duas partes na região.
EFE
Polícia israelense patrulha cidade murada: governo também ordenou aumento de contingente militar em Jerusalém
Segundo o porta-voz da polícia israelense, trata-se da primeira vez que as autoridades tomam essa medida: nos próximos dois dias, apenas os israelenses, os residentes na Cidade Velha, os turistas, os empresários e os estudantes podem entrar e circular pelos arredores.
De volta a Israel após viagem aos EUA, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, anunciou nesta tarde que ordenou novas e duras medidas contra palestinos. “Estas medidas incluem a demolição acelerada das casas dos terroristas”, afirmou Netanyahu, segundo o jornal israelense YNet.
Nas primeiras horas desta manhã, a região murada de Jerusalém parecia uma cidade fantasma, com o comércio fechado e as ruas quase vazias, salvo pela presença massiva de policiais, reportou a Agence France-Presse.
Nas últimas semanas, a região da Esplanada das Mesquitas, também situada no centro histórico de Jerusalém, tem sido alvo de distúrbios violentos entre palestinos muçulmanos e judeus ultraortodoxos. A polícia israelense interveio em diversas ocasiões e chegou a ocupar o templo religioso.
EFE
Ruas do centro histórico estão vazias após ordem de restrição de palestinos na área
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Embora seja exclusivamente destinado aos islâmicos, o local também é considerado sagrado para o judaísmo, pois está situado no antigo Monte do Templo, destruído em 70 d.C. Muitos ultraortodoxos buscam rezar no mesmo espaço, gerando cada vez mais conflito com a comunidade muçulmana.
Confrontos na Cisjordânia
Com a escalada de tensão em Jerusalém, uma série de distúrbios ocorrem nas últimas horas na Cisjordânia, território palestino ocupado ilegalmente por Israel. No local, forças e colonos israelenses deixaram mais de cem palesitnos com ferimentos de bala, informaram fontes médicas palestinas à Agência Efe.
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Confronto entre tropas e palestinos na cidade de Hebron, na Cisjordânia ocupada
“Hoje em Jerusalém Oriental registramos mais de 120 feridos, a metade deles por balas de aço recobertas de borracha e os outros por inalação de gás lacrimogêneo”, afirmou Amin Abu Gazale, médico e porta-voz do Crescente Vermelho em Jerusalém (equivalente à Cruz Vermelha).
“A polícia não protege os civis palestinos em Jerusalém e, ao contrário, ajuda a inflamar a situação”, denunciou. A maioria dos confrontos aconteceram nos distritos de Jenin e Nablus (norte da Cisjordânia), Ramallah (ao norte de Jerusalém), Hebron (no sul) e em bairros de Jerusalém Oriental.
Esses incidentes fazem parte de uma onda de conflito crescente entre palestinos e israelenses. Na madrugada de sexta-feira (02/10), as forças de Tel Aviv reforçaram tropas na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, após o assassinato de um casal de colonos israelenses perto de Nablus, na Cisjordânia. A ação ocorreu após colonos terem incendiado uma série de propriedades palestinas, matando, inclusive, membros de uma família palestina,
EFE
Garota palestina observa caos em sua casa deixado por tropas israelenses que realizaram vistoria em residências em Nablus