As pesquisas de boca de urna das eleições parlamentares em Israel, divulgadas nesta terça-feira (17/09) mostram uma disputa acirrada entre o premiê Benjamin Netanyahu e o oposicionista Benny Gantz – duas delas chegam a colocar a coalizão centrista Azul e Branco, de Gantz, com mais assentos que o conservador Likud, de Netanyahu.
A boca de urna do Canal 13 coloca a Azul e Branco como vitoriosa, com 33 dos 120 assentos do Parlamento. O Likud aparece em segundo lugar, com 31. Já o Canal 12 atribui 34 cadeiras a Gantz e 33 a Netanyahu, enquanto a emissora pública israelense aponta empate de 32 a 32.
De acordo com as três pesquisas, no entanto, a única chance de o premiê conseguir maioria no Parlamento é formar uma ampla aliança que inclua o partido ultranacionalista Yisrael Beiteinu, do ex-ministro da Defesa Avigdor Lieberman, que já impediu o nascimento de um novo gabinete após as eleições de abril passado. O mesmo cenário acontece com a Azul e Branco, que não reuniria 61 assentos (a maioria necessária) nem mesmo com o apoio dos partidos árabes e de centro-esquerda.
Esta é a segunda eleição do ano no país. Na primeira, em abril, o mesmo cenário se apresentou, mas com cada uma das coalizões aparecendo com mais assentos do que hoje: o Likud e o Azul e Branco apareciam, cada um, na faixa entre 33 e 37 assentos. O resultado final deu a Netanyahu 38 cadeiras, contra 35 de Gantz.
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Netanyahu (esq.) e Gantz: disputa acirrada
Em maio, frente à indefinição sobre quem comandaria o governo, o Knesset (o Parlamento israelense) aprovou sua dissolução e a realização de um novo pleito.
Bibi, como é conhecido o premiê, manteve negociações com diversos partidos da direita, principalmente com o Yisrael Beitenu, legenda direitista liderada por Lieberman. Tanto o Yisrael Beitenu quanto os partidos ultraortodoxos rejeitaram as propostas de Netanyahu.
O abandono do partido de Lieberman da base governista rachou a coalizão pretendida pelo Likud, partido do premiê, e abriu incerteza quanto ao futuro de Netanyahu à frente do governo.
Escândalos
Os últimos anos de governo de Bibi foram marcados por escândalos de corrupção e acusações de crimes contra a humanidade durante repressão contra o povo palestino.
Entretanto, a campanha de Netanyahu buscou se desviar das acusações que ameaçam o premiê e aposta nos chamados “sucessos” que a administração conquistou na política externa. As relações com o presidente dos EUA, Donald Trump, a recente aproximação do governo de extrema-direita de Jair Bolsonaro, e de outros governos conservadores do Leste Europeu, como o de Viktor Orban, na Hungria, são encarados por Netanyahu e seus apoiadores como conquistas políticas quer fortalecem o projeto de país conservador do Likud.
(*) Com Ansa