Atualizada às 14h
O ministro de Defesa de Israel, Moshe Ya'alon, divulgou neste domingo (26/10) uma diretiva que proíbe palestinos da Cisjordânia que trabalham no país de usarem o mesmo transporte público dos assentados israelenses. A norma entra em vigor no mês que vem.
Segundo o jornal Haaretz, que chamou a medida de “ônibus do apartheid”, a decisão veio por pressão dos israelenses que moram em assentamentos na região, que alegam razões de “segurança”. Pela nova regra, não será possível usar veículos sob administração de Israel para ingressar diretamente na Cisjordânia.
Autoridades locais ficarão responsáveis por providenciar outros ônibus para os palestinos.
Reprodução/Facebook
Ônibus utilizado por palestinos entre a Cisjordânia e Israel; ministro vetou uso
Atualmente, trabalhadores palestinos só podem ingressar em Israel pela passagem de Eyal, próxima à cidade de Qalqilyah, mas podem voltar por qualquer outro ponto. A partir de agora, este ponto, que é mais distante de assentamentos populosos, será o único para entrada e saída. Eles não podem dormir em Israel.
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De acordo com o Haaretz, é muito comum que os palestinos que precisam de transporte prefiram sair de Tel-Aviv por meio da rodovia conhecida como “Trans-Samaria”, que termina na Cisjordânia. Com a nova regra, isso não será mais possível, já que a via não passa pelo “checkpoint” de Eyal.
Ao periódico, um representante do partido Habayit Hayehudi, pró-assentamentos, afirmou que é “sem sentido” para israelenses andarem nesses ônibus. “Nós ouvimos depoimentos perturbadores de garotas que foram assediadas por árabes durante a viagem”, disse Moti Yogev.
Por outro lado, o B’Tselem, grupo de defesa de direitos humanos de Israel, criticou a decisão de Ya’alon. “Não contente em colocar os palestinos no fundo do ônibus, agora quer colocá-los fora deles”, afirmou, em nota.