Após a divulgação das pesquisas de boca de urna indicarem um impasse nas eleições israelenses realizadas nesta terça-feira (17/09), o líder do partido ultranacionalista Yisrael Beytenu, Avigdor Liberman, afirmou que a situação política no país configura um estado de “emergência” e pediu que o atual primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e seu principal opositor, Benny Gantz, se juntem a ele em um “governo de unidade”.
“Eu não quero assustar nem deixar ninguém triste, mas em todos os sentidos – econômicos e de segurança – nós estamos em uma situação de emergência”, disse Liberman. O líder do Yisrael Beytenu ainda cogitou um sistema de rotatividade no cargo de primeiro-ministro e chegou até a mencionar a possibilidade de ele próprio abrir mão de um posto no eventual governo.
Liberman se dirigiu ao presidente de Israel, Reuven Rivlin, e pediu uma reunião com o premiê Netanyahu e o líder do Azul e Braco, Benny Gantz, para ser realizada mesmo antes dos resultados finais serem divulgados.
As pesquisas de boca de urna das eleições parlamentares em Israel mostram uma disputa acirrada entre Netanyahu e o oposicionista Benny Gantz – duas delas chegam a colocar a coalizão centrista Azul e Branco, de Gantz, com mais assentos que o conservador Likud, de Netanyahu.
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‘Eu não quero assustar nem deixar alguém triste, mas em todos os sentidos nós estamos em uma situação de emergência’, disse Liberman
A boca de urna do Canal 13 coloca a Azul e Branco como vitoriosa, com 33 dos 120 assentos do Parlamento. O Likud aparece em segundo lugar, com 31. Já o Canal 12 atribui 34 cadeiras a Gantz e 33 a Netanyahu, enquanto a emissora pública israelense aponta empate de 32 a 32.
De acordo com as três pesquisas, no entanto, a única chance de o premiê conseguir maioria no Parlamento é formar uma ampla aliança que inclua o partido ultranacionalista Yisrael Beiteinu, o que coloca Lieberman em posição privilegiada nas negociações pelo “governo de unidade”.
O mesmo cenário acontece com a Azul e Branco, que não reuniria 61 assentos (a maioria necessária) nem mesmo com o apoio dos partidos árabes e de centro-esquerda.
Esta é a segunda eleição do ano no país. Na primeira, em abril, o mesmo cenário se apresentou, mas com cada uma das coalizões aparecendo com mais assentos do que hoje: o Likud e o Azul e Branco apareciam, cada um, na faixa entre 33 e 37 assentos. O resultado final deu a Netanyahu 38 cadeiras, contra 35 de Gantz.