Sábado, 12 de julho de 2025
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Com cerca de 99% dos votos apurados na Itália, a vitória da líder do partido fascista Irmãos da Itália, a ultradireitista Giorgia Meloni, é dada como certa após a eleição que ocorreu neste domingo (25/09), projeção que a boca de urna já indicava

Os resultados, ainda que parciais, confirmam os Irmãos da Itália como o primeiro partido com 26,1% dos votos. A coalizão com as legendas de direita e ultradireita – Força Itália e Liga Norte – fica em torno de 44%, enquanto a coalizão de centro-esquerda não chega a 27%.

Com a apuração em andamento, o segundo mais votado foi o Partido Democrático, com 19%. Seguido pelo Movimento Cinco Estrelas, que está com 15,4%, o Terceiro Pólo, com 7,7%, Italexit, na casa dos 1,8%, e o + Europa, com 2,9%. 

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Um dos motivos que podem explicar a ascensão de Meloni foi a implosão da coalizão das siglas de esquerda, que entregou o país de bandeja aos partidos conservadores, inflamando a situação para que a vitória dos Irmãos da Itália se tornasse real. 

Se o Partido Democrático e o Cinco Estrelas não tivessem se distanciado, talvez a situação fosse diversa. Somando os votos dos partidos progressistas, a oposição teria mais do que 50% e poderia dificultar uma possível maioria no governo de direita. 

Meloni aproveitou a onda e surfou na disputa dos partidos progressistas. Agora, é espero que a esquerda possa fazer uma coalizão de oposição ao governo ultradireitista que está nascendo no país.

Um suposto cansaço da política, descrita por alguns eleitores, talvez possa explicar a baixa afluência dos italianos às urnas. Segundo dados do Ministério do Interior, a cada 10 italianos, somente seis votaram. Cerca de 63,91% deram seus votos na eleição deste domingo. O voto na Itália não é obrigatório. 

Resultados confirmam que a coalizão com as legendas direitistas fica em torno de 44%; siglas da centro-esquerda não chegam a 27%

Reprodução

Com 65% dos votos apurados, Meloni deve se tornar a primeira-ministra da Itália

Na passada, em 2018, participaram 72% dos italianos. Uma diminuição de nove pontos percentuais. É a menor adesão ao voto da história da Itália republicana. 

Reação internacional 

A conta dos votos ainda não terminou, mas políticos da extrema direita já começaram a cumprimentar Meloni nas redes sociais.

A líder do partido francês de direita Reagrupamento Nacional, Marine Le Pen, postou no Twitter  que “o povo italiano decidiu retomar seu destino elegendo um governo patriótico e soberano. Bravos Meloni e Salvini”. 

Já Viktor Orbán, primeiro-ministro da Hungria, escreveu: “parabéns, vitória merecida!” 

Beatrix von Storch, membro do Parlamento da Alemanha pelo partido de extrema direita, disse: “estamos comemorando com a Itália! Suécia no norte, Itália no sul: governos de esquerda são coisa do passado”. 

Enquanto isso, no Brasil, o deputado federal Eduardo Bolsonaro foi outro que comemorou a vitória de Meloni. Usou a rede para exultar o lema fascista que regeu a campanha de ambos: “A Itália é como o Brasil, Deus, país e família”.

Já o chanceler espanhol, Juan Manuel Albares, durante uma entrevista coletiva na Espanha, com foco no voto italiano, disse que “em tempos de incerteza, os populismos crescem e terminam sempre da mesma forma, com uma catástrofe”.