O chefe de reportagens do jornal britânico “The Sun”, Matt Nixson, foi despedido nesta quinta-feira (21/07) por suspeita de organizar escutas ilegais quando ele trabalhava para o extinto News of the World, informou a News Corporation, proprietária das duas publicações.
A comissão de padrões da News Corporation, grupo empresarial do magnata Rupert Murdoch, afirmou que as acusações contra Nixson se referiam a sua atividade prévia e não à atual.
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O grupo e sua divisão britânica, a News International, afirmam ter iniciado uma investigação interna em seus jornais para localizar os responsáveis pelas escutas. A empresa sofre após ter sido provado que jornalistas da empresa recorriam a essa prática para obter informações.
O escândalo dos grampos, objeto de inquérito policial e que afetou quatro mil pessoas no Reino Unido, obrigou Murdoch a fechar o News of the World, que teve dez de seus repórteres detidos por implicação no caso.
Entre eles, foi presa e posteriormente liberada sob fiança a ex-diretora do News of the World e do The Sun Rebekah Brooks, que na terça-feira compareceu perante uma comissão parlamentar para declarar sobre até que ponto conhecia a existência dessa atividade ilegal.
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Rebekah declarou que só soube do alcance das escutas no jornal, que dirigiu de 2000 a 2003, em dezembro do ano passado, quando várias vítimas apresentaram denúncias.
A ex-diretora reconheceu que quando dirigia o dominical usou detetives particulares para obter informações, mas insistiu que interrompeu essa prática quando em 2003 começou a dirigir o The Sun, a versão diária do periódico sensacionalista.
Nessa mesma comissão depuseram também Rupert Murdoch, que negou qualquer responsabilidade no caso dos grampos, e seu filho James, que, como Rebekah, disse que só se inteirou da prática das escutas em dezembro.
Em 2006, após uma investigação que terminou com a prisão de dois empregados do News of the World, a empresa informou que se tratavam de “casos isolados”.
Nesta quinta-feira, o ex-diretor do dominical extinto, Colin Myler, e Tom Crone, assessor legal da News International, puseram em xeque a declaração de James Murdoch, que disse à comissão que nunca viu um e-mail que sugerisse que a prática dos grampos telefônicos era recorrente no jornal.
Os dois sustentam que o informaram da existência desse e-mail, algo que voltou a ser refutado nesta quinta-feira por James em comunicado, onde reafirma sua declaração.
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