O segundo julgamento contra a ex-primeira-ministra ucraniana Yulia Tymoshenko, que enfrenta acusações por desvio e evasão de impostos, foi remarcado nesta terça-feira (11/09) até o dia 15 de outubro. É a oitava vez que a justiça do país decide adiar o processo.
O tribunal Kievski de Kharkiv, cidade do nordeste da Ucrânia, “considera improcedente a audiência do caso à revelia da acusada (Yulia) Tymoshenko e da advogada Eugenia (Tymoshenko), filha e defensora da ex-chefe de governo”, informou o juiz Konstantín Sadovski, citado pelas agências locais.
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Sergei Vlásenko, outro advogado da acusada, pediu ao tribunal a suspensão temporária do processo até a recuperação do estado de saúde da líder opositora, que pela oitava vez se negou a comparecer à audiência. No final de julho os médicos alemães que a examinaram recomendaram que Tymoshenko permanecesse em repouso durante, pelo menos, oito semanas para completar o tratamento de sua hérnia de disco.
Neste segundo processo judicial, Tymoshenko é acusada de endossar supostamente ao Estado uma dívida contraída pela corporação Sistemas Energéticos Unidos da Ucrânia com o Ministério de Defesa da Rússia no valor de 405,5 milhões de dólares. Segundo a acusação, Tymoshenko desviou fundos públicos em conivência com o então primeiro-ministro da Ucrânia, Pavel Lazarenko, entre 1997 e 1998, ao que se soma a evasão de impostos.
Tymoshenko, condenada em outubro do ano passado a sete anos de prisão por abuso de poder, poderia ser sentenciada a até 12 anos de prisão.
O segundo julgamento contra Tymoshenko pode não ser o último da ofensiva legal empreendida pelas autoridades ucranianas contra ela, já que a promotoria antecipou que em setembro acusará formalmente à opositora de cumplicidade em assassinato. O promotor Renat Kuzmín assegurou à imprensa russa que tem provas que Tymoshenko está envolvida no assassinato do empresário Yevgueni Sherbán, ocorrido em 1996.