A Junta Militar que controla o poder em Guiné-Bissau decretou nesta segunda-feira (16/04) o fechamento das fronteiras terrestres, marítimas e aéreas do país, informou a emissora estatal RDN (Rádio Difusão Nacional).
A Junta afirmou, em comunicado divulgado pela emissora, que apenas os aviões identificados estarão autorizados a aterrissar no aeroporto de Bissau, que permanece fechado ao tráfego desde quinta-feira (12).
Os militares golpistas fizeram pública esta decisão depois que Portugal anunciou o envio de uma força naval com o eventual objetivo de retirar cidadãos portugueses e de outras nacionalidades do país.
Para esta segunda-feira é esperada a chegada à capital do país africano de uma delegação da Cedeao (Comunidade Econômica dos Estados de África Ocidental) para buscar uma saída à crise. A Cedeao denunciou o levante e exigiu o retorno à legalidade constitucional.
A Junta Militar anunciou no domingo (15) a dissolução de todas as instituições do país e a criação de um Conselho Nacional de Transição cujo mandato e composição serão decididos nesta segunda-feira em reunião entre a junta e alguns partidos políticos.
O golpe de Estado, realizado no dia 12, aconteceu enquanto o país – um dos mais pobres do mundo – se encontrava em pleno processo eleitoral para realizar a segunda rodada das eleições presidenciais fixadas para o dia 29 de abril.
Os responsáveis pelo levante afirmaram que atuam contra um suposto “acordo secreto” entre Guiné-Bissau e Angola – que tem 200 soldados envolvidos com uma ajuda na reforma do Exército guineano – que ameaçaria a soberania nacional.
O golpe de Estado foi condenado pelos Estados Unidos, pela União Africana, a Cedeao, a União Europeia, o Conselho de Segurança das Nações Unidas e por Portugal, entre outros.
NULL
NULL