Em um comunicado em rede nacional realizado nesta segunda-feira (07/08), a junta militar que governa o Níger anunciou a nomeação do economista Ali Mahaman Lamine Zeine como novo primeiro-ministro do país.
Lamine Zeine ocupará o cargo que era de Ouhoumoudou Mahamadou, que era o premiê quando um levante militar sequestrou e tirou do poder o presidente Mohamed Bazoum, instalando em seu lugar a junta liderada pelo general Abdourahamane Tchiani.
O novo primeiro-ministro é uma figura bastante conhecida no país. Economista de 58 anos, Lamine Zeine foi ministro da Economia do Níger entre outubro de 2003 e fevereiro de 2010, durante o governo de Mamadou Tandja.
O retorno do economista a uma posição de poder no país por decisão de uma junta militar traz como curiosidade o fato de que também foi uma junta militar que interrompeu sua experiência como ministro da Economia: em fevereiro de 2010, as Forças Armadas do Níger derrubaram o presidente Tandja, instalando uma junta liderada pelo general Salou Djibo, que governou até abril de 2011.
Niger Diaspora
Lamine Zeine foi ministro da Economia do Níger entre 2003 e 2010
Antes de ser ministro da Economia, Lamine Zeine já era considerado um dos maiores intelectuais do Níger. Formado pela Escola Nacional de Administração de Niamey e pelo Centro Francês de Estudos Financeiros, Econômicos e Bancários, o economista trabalhou, nos Anos 90, no Banco Africano de Desenvolvimento (ADB, por sua sigla em inglês), e liderou projetos não apenas em seu país como também no Chade, Costa de Marfim e Gabão.
Outra curiosidade sobre Lamine Zeine é que ele pertence ao partido de centro-direita MNSD-Nassara, que apoiou Bazoum no segundo turno das eleições presidenciais de 2021.
A nomeação de Lamine Zeine acontece horas depois de encerrado o prazo estabelecido pela França e pela Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (Cedeao) para que a junta militar nigerina reconduzisse Bazoum ao poder. O ultimato francês não foi acatado. O ex-presidente continua sequestrado, mas passa bem, segundo as autoridades da junta.
No comunicado com o qual se anunciou a nomeação do novo primeiro-ministro, a junta militar do Níger afirmou que pretende, com esta decisão, iniciar um projeto de “reconciliação nacional” no país.
Com informações de Africa News, TeleSur e Jeune Afrique.