O juiz federal Sebastián Casanello pediu informações ao Panamá e as Bahamas nesta segunda-feira (02/05) sobre a relação do presidente argentino Mauricio Macri com empresas offshore nesses países, de acordo com denúncias indicadas nos Panama Papers.
Agência Efe
Alegação de Macri é que as offshore não foram declaradas porque não teve participação no capital nem recebeu fundos das empresas
Fontes judiciais informaram que o objetivo do juiz é averiguar se Macri aparece como acionista nas empresas Fleg Trading Ltd nas Bahamas e Kagemusha SA no Panamá.
O despacho atendeu a um pedido do fiscal federal Federico Delgado, que apresentou denúncia contra o mandatário por suposta “omissão” em suas declarações patrimoniais.
Em abril, a imprensa argentina divulgou que Macri figura como vice-presidente da empresa Kagemusha, registrada no Panamá. Segundo o registro, o status da companhia consta como “vigente” e ela possui atualmente um capital de US$ 10 mil (mais de R$ 36 mil).
Um mês antes, os Panama Papers indicaram que Mauricio Macri foi diretor e vice-presidente da Fleg Trading de Bahamas até 2008 com seu pai e seu irmão.
A alegação de Macri é que as offshores não foram declaradas porque ele não teve participação no capital e não recebeu fundos dessas empresas.
NULL
NULL
Em requerimento ao juiz, Delgado afirmou que é preciso determinar se Macri omitiu “maliciosamente” as informações. “Terá que se determinar, como primeiro passo, se o senhor Mauricio Macri omitiu maliciosamente completar sua declaração juramentada”, afirmou.
Além de identificar se houve “omissão maliciosa”, a investigação buscar identificar “se a ‘vida social’ das empresas infringiu algum tipo penal e, nesse caso, se Mauricio Macri teve a ver com a colocação em movimento desse comportamento societal”, segundo o documento.
À disposição
Em entrevista coletiva de imprensa nesta segunda-feira, Macri disse que está à disposição da Justiça nas investigações.
“No que compete a mim, estou à disposição de um juiz no civil e de um juiz federal para fornecer informação”, afirmou aos jornalistas na Casa Rosada.
“Ele [Casanello] tem que fazer todos os requerimentos necessários para confirmar se o que digo é verdade ou não, se trata disso: de atuar em um país onde a Justiça trabalha de forma independente”, acrescentou.