A Corte Constitucional da Colômbia rejeitou hoje (26) a lei do referendo que permitiria à população do país decidir sobre a possibilidade de o presidente Álvaro Uribe tentar se reeleger para um terceiro mandato nas eleições de 30 de maio, confirmou o presidente do tribunal, Mauricio González, à agência de notícias espanhola Efe. Com isso, o presidente colombiano deve deixar o poder no final do ano. A decisão foi tomada por sete votos contra e dois a favor.
Carlos Durán/Efe
Colombianos celebram a decisão judicial em Bogotá
Em seguida, Uribe disse aceitar e respeitar a decisão e prometeu continuar “servindo o país de qualquer trincheira”.
A Corte declarou “totalmente inexequível a lei 1354 de 2009, pela qual se convoca um referendo constitucional”, disse González em entrevista coletiva.
O juiz alegou inúmeras violações no processo. Ele afirmou que, durante o trâmite da lei, houve “um conjunto de irregularidades” vinculadas ao financiamento da campanha de coleta de assinaturas entre os cidadãos, além de outras anomalias que “configuram uma grave violação aos princípios de um sistema democrático”.
González ressaltou que os nove magistrados que formam a Corte Constitucional agiram com independência.
De acordo com o tribunal, os defensores do referendo gastaram “mais de seis vezes o autorizado pelas autoridades eleitorais e receberam doações até 30 vezes a mais do que o permitido”.
Eleições
Agora, com Uribe e seu favoritismo fora da disputa, a Colômbia deve ter um dos processos eleitorais mais equilibrados de sua história recente. O primeiro turno está marcado para o dia 30 de maio.
No momento, há sete postulantes ao cargo. Os mais bem cotados são o ex-ministro da Defesa Juan Manuel Santos, muito próximo do presidente, e o ex-prefeito de Medellín Sergio Fajardo.
Uribe, que já havia se beneficiado de uma mudança constitucional para obter o segundo mandato, em 2006, nunca assumiu publicamente o desejo de ficar no cargo por mais quatro anos, mas em várias ocasiões defendeu a continuidade de sua política de “segurança democrática”, empregada no combate ao tráfico de drogas e às guerrilhas.
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