Um tribunal iraniano anunciou neste sábado (26/08) uma sentença na qual condena os Estados Unidos por sua cumplicidade com os insurgentes que tentaram realizar um golpe de Estado no país entre os dias 9 e 10 de julho de 1980, com o objetivo de tentar derrubar o novo governo da República Islâmica do Irã.
A república islâmica foi instalada em fevereiro de 1979, com a revolução que colocou fim ao regime do Xá Mohammad Reza Pahlavi, que era apoiado pelos Estados Unidos, e iniciou um novo sistema cujo líder supremo era o aiatolá Ruhollah Khomeini.
Em julho de 1980, um grupo de defensores do antigo regime tentaram realizar um golpe de Estado. O plano envolvia oficiais da força aérea e do serviço de inteligência do exército iraniano e consistia em manter centenas de soldados sequestrados e sob ameaça de morte na Base Aérea de Nojeh, perto da cidade iraniana de Hamedan.
A insurgência durou apenas dois dias (9 e 10 de julho), até ser controlada pelo grupo de militares leais à República Islâmica.
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Sentença foi baseada em confissões feitas por Nasser Rokni, um piloto que colaborou com o grupo insurgente
Em 2017, o Centro de Documentação da Revolução Islâmica revelou um documento baseado em confissões feitas por Nasser Rokni, um piloto que colaborou com o grupo insurgente, dizendo que a ação em Nojeh contou com forte apoio dos Estados Unidos, que auxiliaram na concepção e implementação da tentativa de golpe.
Com base nessas confissões e em depoimentos dos sobreviventes do sequestro e de familiares dos soldados que foram executados naquela ocasião, a Justiça iraniana decidiu considerar o governo dos Estados Unidos como coautor da tentativa de golpe.
A sentença estabeleceu que Washington deve pagar US$ 30 milhões (cerca de R$ 146,21 milhões) pelos “danos materiais e morais” causados, e mais US$ 300 milhões (cerca de R$ 1,46 bilhão) em “danos punitivos”.
Com informações de Mehr e Sputnik News.