A Corte Suprema de Instrução Preparatória decretou a prisão preventiva por sete dias contra o ex-presidente Pedro Castillo, pelo suposto crime de rebelião e conspiração, após sua medida de dissolver o Congresso e instaurar um governo de exceção, considerada um golpe de Estado pelas autoridades judiciárias peruanas.
A decisão foi tomada nesta quinta-feira (08/12) pelo juiz Juan Carlos Checkley, que acatou o parecer do procurador Marco Huamán sobre um suposto risco de fuga do ex-presidente.
O representante do Ministério Público argumentou que, após anunciar o golpe por meio de transmissão em rede nacional, o ex-chefe de Estado tentou se refugiar na embaixada do México, onde pediria asilo político.
Por sua vez, o advogado defensor de Castillo será o jurista Aníbal Torres, que foi seu chefe do Conselho de Ministros por 10 meses (entre fevereiro e novembro deste ano). Ele sustenta que seu cliente não cometeu nenhum dos crimes pelos quais é acusado, portanto não há perigo de que ele tente sair do território peruano.
Reprodução/ Presidência do Peru
Ex-presidente foi preso na quarta-feira (07/12) após Congresso destituí-lo do poder
O diário peruano La República informou que, durante o procedimento de controle de detenção, foi verificado que o ex-presidente trazia apenas o seu documento de identidade e 1,5 mil soles peruanos [cerca de 2 mil reais]. O jornal destacou que ele não portava nenhum telefone celular, nem pessoal nem de trabalho.
O jornal também lembra que Castillo tentou refúgio em uma embaixada estrangeira após perceber que sua medida não tinha sido acatada por nenhuma instituição do Peru, nem pelo Congresso, nem pelos tribunais de Justiça, nem pelas autoridades eleitorais, e tampouco pelas forças armadas e polícias.
Castillo foi preso pela Polícia Nacional do Peru e levado, primeiramente, para o edifício da Prefeitura de Lima, capital do país, onde permaneceu por oito horas. Depois, foi levado a um quartel militar, para depois ser transferido para o presídio de segurança máxima da Direção de Operações Especiais (DIROES), já na madrugada desta quinta-feira.
A investigação do caso de Castillo será liderada pela procuradora-geral Patrícia Benavides, que estava presente na audiência que determinou a prisão preventiva.