O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, criticou nesta segunda-feira (21/11) a eleição do brasileiro Ilan Goldfajn como novo presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), classificando a indicação como “lamentável”.
Segundo o líder mexicano, “não há nenhuma esperança para os povos da América Latina e do Caribe”, porque a escolha de Goldfajn demonstra que o BID está “apegado ao conservadorismo e a uma política neoliberal impulsionada pelo governo dos Estados Unidos”.
A eleição do brasileiro significou a derrota do candidato mexicano, Gerardo Esquivel, economista de esquerda e vice-governador do banco central de sua nação.
“Achamos que esta organização deve mudar porque não é realmente um banco para fomentar o desenvolvimento dos povos da América Latina e do Caribe, sobretudo das pessoas mais necessitadas”, enfatizou.
Obrador afirmou ainda que este tipo de entidade financeira serve “basicamente para resgatar os poderosos”, enquanto seu governo defende “uma mudança para que o povo seja realmente ajudado”.
Twitter/Banco Interamericano de Desenvolvimento
Eleição do brasileiro significou a derrota do candidato mexicano, Gerardo Esquivel, economista de esquerda
No último domingo (20/11), Esquivel parabenizou o novo presidente do BID e desejou-lhe boa sorte em seu novo cargo, agradecendo ao governo mexicano a nomeação a seu favor. “O BID é muito mais que uma instituição financeira e a visão de desenvolvimento deve ser abrangente”, disse o mexicano.
Acaba de terminar la Asamblea de Gobernadores de @el_BiD convocada para elegir al próximo presidente de la institución. Ha resultado electo el candidato de Brasil, Ilan Goldfajn (@igoldfajn), a quien le deseo mucho éxito en su gestión. (1/5)
— Gerardo Esquivel (@esquivelgerardo) November 20, 2022
Goldfajn foi eleito com 80% dos votos dos membros, devolvendo a liderança da entidade a um latino-americano. Esta será a primeira vez que um brasileiro irá comandar a instituição fundada em 1959.
O BID é uma das principais instituições financeiras de financiamento no longo prazo para os países da América Latina e do Caribe.
(*) Com Ansa.