Os candidatos à presidência do Equador Lenín Moreno e Guillermo Lasso iniciaram nesta sexta-feira (10/03) campanha eleitoral prévia ao segundo turno das eleições, que ocorrerá no dia 2 de abril. No primeiro turno, no último dia 19 de fevereiro, Moreno, candidato do partido governista Aliança País, obteve 39,36% dos votos, enquanto Lasso, da coalizão conservadora Creo-Suma, ficou em segundo com 28,09%.
Apesar de ter mais de dez pontos percentuais de diferença com o segundo colocado, um dos requisitos para encerrar a disputa no primeiro turno, Lenín, ex-vice-presidente do mandatário Rafael Correa, não alcançou os 40% dos votos necessários e disputará a presidência com o ex-banqueiro Guillermo Lasso. Os dois candidatos terão até o dia 30 de março e 769 mil dólares para divulgarem suas propostas de governo em todo o país.
Os candidatos poderão avaliar o andamento da campanha após a realização de uma votação simulada nacional no dia 19 de março, cujos resultados serão divulgados por empresas de pesquisas até o dia 22 de março. O país realiza tais votações simuladas para testar a eficiência, transparência e confiabilidade do processo eleitoral.
Entre as principais propostas defendidas pelos candidatos estão o projeto “Toda uma vida”, de Lenín Moreno, que tem cinco eixos baseados no fortalecimento dos direitos e dos programas sociais, com um slogan que prega a assistência do Estado a cidadãos de todas as idades dos setores sociais mais vulneráveis. Já Guillermo Lasso, propõe a eliminação de 14 impostos, a criação de 1 milhão de empregos e a supressão da lei de meios.
Pesquisas de intenção de voto
Lenín Moreno mantém uma vantagem de 12,66 pontos percentuais sobre Guillermo Lasso, segundo pesquisa da empresa Diagnóstico, que avaliou a resposta de 3.226 eleitores. Com uma margem de 2,12% de erro, a pesquisa divulgada nesta quinta-feira (09/03) indica que o candidato da AP obeteria 48,36% dos votos, enquanto Lasso ficaria com 35,7%.
A pesquisa anterior, realizada pela mesma empresa em 24 de fevereiro, indicava uma diferença menor, com 50.39% dos votos para Moreno e 41.2% para Lasso. Para o Centro de Investigação Social, no entanto, Lenín Moreno contaria com 52,9% dos votos, contra 37,1% de Lasso, em resultados obtidos também no dia 24 de fevereiro. A empresa Cetados, por sua vez, indicou na mesma data que Lasso estaria à frente da disputa eleitoral, com 44.8%, vencendo Moreno, que obteria 41.2% de votos.
Apoios
O líder do Centro Democrático, partido que se define como centrista, Jimmy Jairala, anunciou nesta semana que apoiará o candidato da Aliança País. Segundo Jairala, a “visão social de Lenín” faz que o apoio seja “coerente com os postulados do Centro Democrático”. “Não podemos nos somar a uma crise econômica, uma crise política”, afirmou Jairala em entrevista coletiva na última segunda-feira (06/03). Em contrapartida, Lenín aceitou propostas realizadas pelo partido, entre elas a reforma da lei de meios, indicou Jairala.
Visión social de @Lenin hace que nuestro apoyo sea coherente con los postulados de @cendemocratico pic.twitter.com/FCgWnI6L9a
— Jimmy Jairala (@jimmyjairala) 6 de março de 2017
Agência Efe/Wikicommons
Campanha eleitoral para segundo turno no Equador começou nesta sexta-feira (10/03)
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A Asone (Associação de Negros do Equador) e outras organizações sociais também declararam apoio a Lenín Moreno. Daniel Cañola, presidente da Asone, que reúne mais de 30 mil membros, indicou que os ideais da associação coincidem com o projeto da Aliança País. Segundo Cañola, “hoje estamos mais visíveis porque reivindicamos nossos direitos, o que permitiu que ingressemos à atividade laboral em igualdade de condições, assim como também ao serviço público, onde vários irmãos e irmãs trabalham pelo bem-estar do país”, declarou.
O líder da Asone ainda afirmou que a organização não apoia um banqueiro, referindo-se a Lasso, ex-presidente do banco Guayaquil, e sim um “projeto que se estabeleceu apesar dos esforços das oligarquias do país em destruí-lo”.
O coletivo de organizações montubias, etnia que reúne mais de 1.400 comunidades em todo o país, também mostrou seu apoio aos candidatos à presidência e vice-presidência Lenín Moreno e Jorge Glas. Apesar de alguns membros do povo montubio terem apoiado a candidatura de Lasso, Gonzalo Cárdenas, coordenador nacional do coletivo, afirmou que se trataria de uma minoria.
Representantes de diversas organizações LGBTTI também demonstraram seu apoio ao candidato governista, destacando os avanços na luta contra a discriminação sob o governo da Aliança País.
Por sua vez, a terceira candidata mais votada no primeiro turno, Cynthia Viteri, anunciou, após o encerramento do primeiro turno, que irá apoiar Lasso. “Apesar da campanha suja da qual fomos vítimas, insultos e expressões rejeitando alianças, votaremos pela candidatura do sr. Lasso”, afirmou. Com 16,28% dos votos, Viteri concorreu à presidência do Equador pelo Partido Social Cristão.
Pese a campaña sucia de la que hemos sido víctimas, insultos y expresiones rechazando alianzas, votaremos por la candidatura del Sr. Lasso.
— Cynthia Viteri (@CynthiaViteri6) 20 de fevereiro de 2017
A Unidade Popular, movimento político marxista, também declarou apoio a Lasso “porque é a única forma de derrotar dez anos de correísmo, representados na candidatura presidencial de Lenín Moreno”, afirmou Geovanni Atarihuana, diretor do movimento. No primeiro turno, o grupo apoiou Paco Moncayo, candidato da aliança de esquerda formada pela Esquerda Democrática, Centro Democrático, Unidade Popular e Movimiento de Unidade Plurinacional Pachakutik.