Um centro de quarentena com pacientes infectados pelo ebola na Libéria foi saqueado por um grupo de homens, informou neste domingo (17/08) a polícia do país. Pelo menos 20 pacientes que estavam sendo monitorados fugiram do centro. Os homens também levaram alguns utensílios contaminados, como lençóis manchados de sangue.
As autoridades alertaram que os materiais roubados representam um grave risco de contaminação. A invasão do centro de quarentena foi supostamente organizada por manifestantes que estavam descontentes com os pacientes que eram trazidos de outras partes da capital, informou o ministro da saúde Tolbert Nyenswah.
Em relato à agência de notícias AFP, Rebecca Wesseh, testemunha do ataque, disse que o grupo era composto em sua maioria por homens jovens, armados com porretes. “Eles arrombaram a porta e saquearam o local. Os pacientes foram todos”, disse. E afirmou que os homens gritavam frases anti-governo e insistiam que “não há ebola” na Libéria.
Agência Efe
Enfermeiros liberianos pegam corpo de homem morto pelo Ebola na área de espera de um hospital
O centro, localizado na área de West Point, foi criado para monitorar e isolar possíveis pacientes infectados com o ebola. Quando confirmados, os contaminados eram transferidos para outro centro de tratamento.
Não foi possível confirmar quantos pacientes infectados saíram do isolamento, entretanto relatórios confirmam que havia pacientes diagnosticados com ebola entre os fugitivos. “Esta é uma das coisas mais estúpidas que já vi na minha vida”, disse um oficial da polícia.
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George Williams, presidente da Associação dos Trabalhadores da Saúde da Libéria, informou que “dos 29 pacientes, 17 fugiram”. Além disso “nove morreram há quatro dias e outros três foram levados à força por seus familiares”. “Todos eles haviam testado positivo para ebola”, disse Williams.
No início do domingo, a Libéria iniciou o fornecimento do soro experimental “ZMapp”, fabricado nos EUA, para alguns pacientes infectados. A área de West Point abriga cerca de 50.000 pessoas. O ebola já matou 1.145 pessoas, e 2.127 casos foram notificados.