Menos de cinco meses depois de anunciado o fim da guerra civil na Líbia, o país começa dar sinais de fraturas na coalizão que assumiu o poder após a derrubada e morte de Muamar Kadafi. Nesta quarta-feira (07/02), o presidente do CNT (Conselho Nacional de Transição) líbio, Mustafa Abdel Jalil, reagiu ao anúncio de lideres tribais e comandantes de milícias do leste do país que declaram a autonomia da região de Benghazi, epicentro dos conflitos do ano passado.
Efe
O líder do órgão encarregado de promover a conciliação das diversas tribos que formam o país não descartou o uso de uso de força militar para garantir a unidade do país. “Como Conselho Nacional de Transição estamos preparados para o diálogo, sem marginalizar nem trair ninguém, mas a Líbia é e será uma unidade indivisível, mesmo que seja pela força”, disse Jalil (foto ao lado).
Ontem, cerca de 3.000 líderes tribais e políticos anunciaram em Benghazi a criação da “região federal unionista” de Barka, embora tenham reconhecido que o CNT é “o símbolo da unidade do país e seu representante legítimo nos círculos internacionais”. Na região, que inclui a província de Cirenaica, estão localizadas as principais reservas de petróleo do país.
Em outro sinal da divisão entre as novas lideranças líbias, Jalil acusou ex-simpatizantes de Kadafi e rebeldes que aderiram tardiamente ao levante contra o coronel pela iniciativa de declarar autonomia. “O CNT vê o que aconteceu em Benghazi como o início de uma conspiração sobre a qual os líbios devem estar atentos”, disse.
De acordo com a agência de notícias Al Arabyia, ele também acusou países estrangeiros, que estariam por trás do complô, apesar de não ter citado nomes. “Lamento dizer que esses países (estrangeiros) têm financiado e apoiado esse complô que tem surgido no leste”, afirmou Jalil.
Após o triunfo do levantamento armado contra o regime de Kadafi, no dia 20 de outubro, e inclusive antes, começaram a se tornar latentes dois eixos de confronto entre as novas autoridades, um político-militar e outro regional.
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Líderes tribais declararam autonomia da região de Cirenaica e causaram revolta nos líderes da transição na capital, Trípoli
Por um lado, começou uma disputa entre o novo poder central encarnado pelo fraco CNT e as milícias rebeldes e, por outro, um conflito entre as principais cidades e regiões do país, especialmente Trípoli, Misrata e Benghazi.
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