O secretário-geral do partido governista Frente de Libertação Nacional (FLN) da Argélia, Abdelaziz Belkhadem, afirmou nesta quarta-feira (09/03), que seu país rejeita seguir o que chama de um “contágio” de seus vizinhos, que a Argélia rejeita seguir “toda corrente devastadora” que se esconde por trás da necessidade de uma mudança que desestabilize o país.
O dirigente da FLN, partido que governa a Argélia desde sua independência, afirmou que isto “não quer dizer que tenha que negar qualquer movimento de protesto ou reivindicação”, mas acrescentou que esses protestos “devem ocorrer em um marco organizado e de maneira pacífica”.
“O povo argelino se recusa a reviver a situação trágica que sofreu nos anos 1990”, ressaltou Belkhadem em entrevista à agência oficial argelina APS.
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Neste sentido, ele ressaltou que, “graças à maturidade de seu povo, a Argélia se recusa a seguir toda corrente ‘devastadora’ que se esconde por trás da necessidade de uma mudança democrática para desestabilizar o país”.
Belkhadem destacou, no entanto, que as iniciativas dos partidos de oposição e das organizações da sociedade civil por uma mudança “pacífica” são “naturais e refletem a boa saúde e o pluralismo da cena política argelina”.
As manifestações convocadas nas últimas semanas pela chamada Coordenadoria Nacional pela Mudança e a Democracia (CNCD) – que reúne alguns partidos opositores e várias associações da sociedade civil – foram repreendidas por centenas de policiais.
Tanto em Argel, onde, segundo o governo, as manifestações continuam proibidas. Já em Orã, onde o Executivo disse que estas seriam permitidas após a suspensão do estado de exceção em 24 de fevereiro, os protestos foram repreendidos.
“A cena política na Argélia é pluralista e é natural ver iniciativas políticas deste gênero provir de partidos de oposição, associações da sociedade civil e personalidades políticas”, afirmou Belkhadem.
O dirigente político assegurou que o FLN defende “uma revisão profunda da Constituição argelina atual, que foi adotada em um contexto particular em 1996”.
Segundo ele, a situação atual já não é a mesma e as condições que caracterizaram sua adoção “já não existem”, por isso que a reivindicação de uma revisão profunda da Carta Magna “continua sendo válida”.
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