O líder do partido Movimento 5 Estrelas (M5S) da Itália, Luigi Di Maio, apresentou nesta sexta-feira (30/08) uma lista de exigências ao primeiro-ministro do país, Giuseppe Conte, e ameaçou desfazer a recente coalizão com o Partido Democrático (PD) provocando novas eleições se as demandas não fossem atendidas pelo premiê.
“Apresentamos alguns pontos a Conte que consideramos imprescindíveis. Se forem acolhidos, ótimo. Senão, melhor irmos para eleições. E rapidamente”, afirmou Di Maio.
A declaração reverberou nos bastidores políticos em Roma e no mercado financeiro. A bolsa de valores de Milão apresentou queda de 0,29%, com o índice FTSE MIB aos 21.335 pontos.
“É incompreensível a coletiva de imprensa de Luigi Di Maio. Ele mudou de ideia? Então que diga claramente”, criticou Andrea Orlando, vice-secretário do PD.
Pelo Twitter, o secretário nacional do Partido Democrático, Nicola Zingaretti, disse que as lideranças seguem “trabalhando seriamente para dar um novo governo à Itália”, mas criticou o que chamou de “ultimatos inaceitáveis, ou não vamos a lugar algum”.
Os 20 pontos apresentados pelo líder do M5S abordam temas como a redução no número de parlamentares na Itália, medidas econômicas que impeçam o aumento do imposto IVA, assim como um salário mínimo nacional e reduções fiscais.
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‘Apresentamos alguns pontos a Conte. Se forem acolhidos, ótimo. Senão, melhor irmos para eleições’, afirmou Di Maio.
Coalizão em risco
As declarações de Di Maio podem desempenhar um papel desestabilizador na coalizão recém-formada entre o M5S e o PD. O M5S formava governo com o partido de extrema direita Liga Norte, de Matteo Salvini, desde junho de 2018. Porém, no início do mês de agosto, após 14 meses de gestão compartilhada, Salvini anunciou o fim da aliança.
A manobra política do vice-premiê tinha como intenção convocar novas eleições, nas quais poderia sair vitorioso, de acordo com as últimas pesquisas de intenção de voto. O M5S, então, passou a negociar com o PD (que fazia oposição ao governo) uma aliança política. Na última quarta-feira (29/08), Di Maio anunciou que chegara a um consenso com a liderança do PD para apoiar Conte como primeiro-ministro e evitar, assim, novas eleições – uma derrota para Salvini.
*Com ANSA