O vice-presidente do Partido Nacionalista (KMT) de Taiwan, Andrew Hsia, está em viagem à parte continental da China e planejou se encontrar com o diplomata chinês Zhang Zhijun nesta quarta-feira (24/08).
Desde 2018, Zhang chefia a Associação Chinesa para Relações Através do Estreito de Taiwan (ARATS na sigla em inglês), uma organização criada pelo governo chinês para tratar de assuntos técnicos e comerciais entre o continente e a ilha.
Na prática, o encontro do vice-presidente do KMT com Zhang sinaliza uma disposição por parte dos nacionalistas em dialogar com o continente.
O possível encontro entre Hsia e Zhang está sendo condenado pela mídia taiwanesa e apoiadores do governo da ilha de estar dando “um sinal equivocado ao mundo sobre o status atual” das relações entre China e Taiwan.
Hsia partiu em viagem no último dia 10 e enfatizou que se concentraria em realizar reuniões com empresários de Taiwan na China, mas que não se furtaria de participar de encontros com autoridades chinesas, caso fosse convidado.
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Encontro do vice-presidente do KMT com Zhang sinaliza uma disposição por parte dos nacionalistas em dialogar com a China
Enquanto isso, o governo encabeçado por Tsai Ing-wen, do Partido Democrático Progressista (DPP), parece se esforçar em aumentar as tensões com Pequim, violando o princípio de uma China reconhecida por ambos os lados do Estreito de Taiwan, recebendo desde a presidente do Congresso dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, à uma delegação de legisladores do Japão na última segunda (22/08).
A visita de Keiji Furuya e Minoru Kihara, ambos deputados pelo partido do governo, o Partido Liberal Democrata (LDP), e membros do lobby revisionista pró-restauração imperial, Nippon Kaigi, foi vista como provocativa e abominável, uma vez que o Japão invadiu e colonizou partes da China na virada do século XIX e XX durante sua campanha imperial, dentre os quais estava a ilha de Taiwan.
(*) Com Agência China.