O presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, anunciou nesta terça-feira (16/05) que uma delegação de líderes africanos visitará Moscou e Kiev nos próximos dias, para iniciar a mediação de um diálogo de paz entre os presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e da Ucrânia, Volodymyr Zelensky.
“Em minhas conversas com os dois líderes [Putin e Zelensky], ambos se disseram prontos para receber os líderes africanos e discutir como este conflito pode ser encerrado. Se isto vai ter sucesso ou não vai depender das discussões que forem feitas”, disse.
Ramaphosa, de acordo com o jornal sul-africano SABC, disse que conversou com seu homólogo russo apontando a necessidade que o conflito seja encerrado “através de uma solução negociada”.
“Disse a mesma coisa ao presidente da Ucrânia. Agora, um grupo de líderes africanos tem trabalhado discretamente para ver a melhor forma de a África apresentar uma iniciativa de mediação entre as duas partes, para que o conflito possa ser resolvido”, disse ele.
Segundo o mandatário sul-africano, a delegação africana que viajará a Moscou e Kiev será composta por diplomatas do seu país e também de Senegal, Uganda e Egito, além de representantes a União Africana (UA).
Governo da África do Sul
Presidente sul-africano Cyril Ramaphosa disse que já recebeu aval de Putin e de Zelensky para iniciar mediação africana do conflito
Não está descartada a possibilidade de que chefes de estado dos países citados formem parte da delegação, o que poderia incluir o próprio Ramaphosa, por parte da África do Sul, o presidente senegalês Macky Sall, o ugandense Yoweri Museveni e o egípcio Abdul Fatah al-Sisi [considerando apenas os países que já confirmaram sua presença na delegação africana].
Outros países também estariam interessados em participar do grupo, mas ainda não confirmaram a presença dos seus representantes.
O presidente sul-africano também assegurou que o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), o diplomata português António Guterres, foi comunicado sobre a iniciativa africana e entregou seu apoio a ela.
Autoridades dos Estados Unidos e do Reino Unido também foram informadas sobre a proposta, mas teriam expressado “apoio cauteloso” à mesma.
(*) Com informações da SABC.