Atualizada às 15h38
Diversos presidentes e líderes de organizações internacionais manifestaram nesta quarta-feira (07/01) repúdio ao ataque contra a sede da revista satírica Charlie Hebdo, localizada em Paris, onde ao menos 12 pessoas morreram e outras 20 ficaram feridas. Trata-se do atentado mais grave em território francês nos últimos 50 anos.
Após o incidente, o presidente da França, François Hollande, declarou que “não há dúvida de que se trata de um atentado terrorista” e lembrou que a revista tinha sido repetidamente ameaçada. Para o ex-chefe de Estado francês, Nicolas Sarkozy, o atentado foi “selvagem”, exigiu pediu “medidas fortes contra o terrorismo” e ofereceu apoio “sem reservas” ao atual governo.
Meilleurs vœux, au fait. pic.twitter.com/a2JOhqJZJM
— Charlie Hebdo (@Charlie_Hebdo_) 7 janeiro 2015
A presidente do Brasil, Dilma Rousseff, declarou nesta tarde pesar e indignação pelo atentado. Em nota, afirmou que é inaceitável o ataque à liberdade de imprensa, um valor fundamental das sociedades democráticas.
“Nesse momento de dor e sofrimento, desejo estender aos familiares das vítimas minhas condolências. Quero expressar, igualmente ao Presidente Hollande e ao povo francês, a solidariedade de meu governo e da nação brasileira”.
Para o líder dos EUA, Barack Obama, o ataque contra a sede da publicação foi “espantoso”, ofereceu ajuda à França para levar os “terroristas” responsáveis à Justiça e acrescentou que “os pensamentos e orações” dos norte-americanos estão com as vítimas e “com o povo da França”.
Aucun acte barbare ne saura jamais éteindre la liberté de la presse. Nous sommes un pays unis qui saura réagir et faire bloc.
— François Hollande (@fhollande) 7 janeiro 2015
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Já o chefe do Kremlin, o russo Vladimir Putin, condenou “energicamente este crime cínico e reiterou a disposição (da Rússia) a seguir com a cooperação ativa na luta contra a ameaça do terrorismo”, criticando o extremismo.
Já o primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, classificou o ataque como “doentio”, e ressaltou apoio ao governo francês na “luta contra o terrorismo”. Junto à Cameron em Londres, a chanceler alemã, Angela Merkel, comentou que o ataque não foi apenas contra cidadãos franceses, mas contra a liberdade de imprensa e de expressão.
The murders in Paris are sickening. We stand with the French people in the fight against terror and defending the freedom of the press.
— David Cameron (@David_Cameron) 7 janeiro 2015
“Foi um horroroso e injustificável crime a sangue frio”, afirmou o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, acrescentando que se trata de um “ataque direto” à liberdade de expressão e de informação, que qualificou como um “pilar da democracia”. “É um momento para a solidariedade. Ao redor do mundo devemos permanecer firmes em favor da liberdade de expressão e da tolerância, e contra as forças que fomentam a divisão e o ódio”, completou.
Para o ministro das Relações Exteriores da Turquia, Mevlüt Cavusoglu, é preciso respeitar a cultura religiosa de todas as pessoas e lutar contra a islamofobia. “Somos contra o terrorismo, venha de onde venha e tenha a causa que tenha”, declarou.
“Jordânia expressa novamente sua solidariedade com o país amigo francês para lutar contra todas as formas de terrorismo e estende suas sentidas condolências ao povo francês”, acrescentou o ministro de Estado para Assuntos de Meios de Comunicação, Mohammed Momani, em comunicado
Além da Jordânia e da Turquia, a Liga Árabe condenou “energicamente” o tiroteio. Em nota assinada pelo secretário-geral, Nabil Elaraby, o órgão classificou o atentado como “terrorista” e expressou sua solidariedade ao povo francês e às famílias das vítimas.
Já o responsável da OSCE (Organização para a Segurança e Cooperação na Europa) para Liberdade de Imprensa, Dunja Mikatovic, condenou o “horrendo” atentado. “Este é um ataque sem precedentes à liberdade de imprensa e à liberdade de expressão”, indicou Mijatovic em comunicado divulgado em Viena.
O jornalista, desenhista e diretor da “Charlie Hebdo”, Charb, e três dos principais chargistas da revista, Cabu, Tignous e Wolinski, estão entre as vítimas. A publicação já havia sido ameaçada por extremistas por reproduzir caricaturas de Maomé publicadas originalmente pelo jornal dinamarquês “Jyllands-Posten”, em 2005.