Sexta-feira, 16 de maio de 2025
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Durante a IX Cúpula das Américas, sediada pelos Estados Unidos, o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, foi acusado de “promover” golpes de Estados na América Latina, sendo chamado de “marionete dos Estados Unidos”

Em uma conferência sobre liberdade de imprensa, democracia e direitos humanos na Cúpula em Los Angeles, que vai até a próxima sexta-feira (10/06), um dos participantes do evento interrompeu a fala de Almagro acusando-o de ter “as mãos manchadas de sangue” pela morte de 36 pessoas que protestaram contra a renúncia forçada do então presidente boliviano Evo Morales, em 2019.

“Luis Almagro, por causa das suas mentiras, houve um golpe contra um governo eleito de forma democrática na Bolívia. Essa ditadura que você ajudou a instalar massacrou 36 pessoas que protestavam pela restauração da democracia em seu país. Você é um assassino e uma marionete dos Estados Unidos”, afirmou o participante identificado apenas como um ativista.

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Para o militante, o secretário-geral ajudou a “promover” o golpe na Bolívia e “apoiar os Estados Unidos” em relação ao governo do Haiti, após o assassinato do ex-presidente Jovenel Moïse, em julho de 2021.

Além disso, o secretário-geral da OEA foi culpabilizado pelo assassinato do jornalista argentino Sebátian Moro, que morreu em La Paz, capital boliviana, enquanto cobria a situação da crise política no país.

“Sebástian Moro era um jornalista que estava expondo as mentiras que você estava contando e foi golpeado até a morte. E agora você ousa falar sobre liberdade de imprensa, democracia e direitos humanos?”, questionou o ativista.

Em conferência sobre democracia na Cúpula das Américas, ativista disse que secretário-geral da OEA tem as 'mãos manchadas de sangue'

Flickr

Secretário-geral da OEA foi culpabilizado por ‘promover’ golpes na Bolívia e Venezuela

Por fim, Almagro também foi acusado de apoiar a tentativa de golpe de Estado na Venezuela pelo então presidente autoproclamado da Venezuela Juan Guaidó.  

“A maioria das pessoas na Venezuela nunca escutaram sobre Juan Guaidó e mesmo assim você disse que ele era presidente do país. Isso é um insulto à democracia venezuelana”, completou o participante, que foi escoltado para fora da conferência por seguranças. 

“Refundação” da OEA

Ainda na quarta-feira, o ministro das relações exteriores do México e representante do país na IX Cúpula das Américas, Marcelo Ebrard, considerou que a Organização dos Estados Americanos, sob o comando de Almagro, desempenhou um “papel vergonhoso”. 

O chanceler mexicano ainda afirmou que o papel desempenhado pela OEA está “esgotado”, apontando para a necessidade de uma “refundação” do órgão.

“É evidente que a Organização dos Estados Americanos e sua forma de atuação se esgotam diante dessa realidade”, disse, acrescentando que a proposta mexicana é “apresentar um projeto de refundação do órgão com base nas políticas de não-intervenção e benefício mútuo”. 

(*) Com Telesur