Com a assinatura de seis chefes de Estado da América Latina, a Argentina enviou ao presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, nesta quinta-feira (22/06), uma carta pedindo uma intercessão junto ao Fundo Monetário Internacional (FMI) em busca de uma solução para a dívida do país.
O documento é firmado pelos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (Brasil), Andrés Manuel López Obrador (México), Gustavo Petro (Colômbia), Gabriel Boric (Chile), Luis Arce (Bolívia) e Mario Abdo Benítez (Paraguai).
A carta afirma que o excesso de endividamento da Argentina é causado por um “empréstimo excepcional” de US$ 47 bilhões concedido pelo FMI ao então presidente Mauricio Macri (2015-2019), além de ressaltar o “trabalho” do governo argentino para honrar seus compromissos sobre a dívida, apesar dos efeitos da pandemia de covid-19, da guerra na Ucrânia e da pior estiagem econômica na história do país.
La Argentina envió al Presidente de los Estados Unidos, @POTUS, una carta firmada por los Jefes de Estado de Brasil, Bolivia, Chile, Colombia, México y Paraguay.
Agradecemos el compromiso con la búsqueda de una salida al sobreendeudamiento provocado por el préstamo del FMI. pic.twitter.com/zHupyqGsdE
— Cancillería Argentina ?? (@CancilleriaARG) June 22, 2023
Segundo o documento, o FMI concedeu um crédito 1.000% superior “à cota que correspondia à Argentina, com o aval de seus principais acionistas”.
Ricardo Stuckert
Lula assinou junto com outros cinco líderes carta ao presidente dos EUA por dívida argentina
“Não é viável e nem desejável que as demandas não considerem devidamente a mudança de circunstâncias que mergulham a Argentina em uma crise desnecessária”, acrescenta o texto.
Na carta, os líderes latino-americanos afirmar que “circunstâncias extraordinárias exigem respostas extraordinárias. Buscamos uma solução que permita o crescimento da Argentina, a geração de emprego e o aumento das exportações”.
“Pedimos com respeito e carinho que apoiem a Argentina nas negociações. Os princípios comuns e compartilhados nas Américas, em relação à democracia, direitos humanos e inclusão social, devem nos guiar para encontrar uma solução rápida e eficaz para a Argentina”, finaliza a correspondência.
Por meio das redes sociais, o presidente da Argentina, Alberto Fernández, agradeceu a seus colegas pelo apoio. “É mais um sinal da força que temos como região se trabalhamos juntos”, escreveu.
(*) Com Ansa e TeleSUR