O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva desembarcou na noite deste sábado (16/09) em Nova York, nos Estados Unidos, para participar da 78ª edição da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU).
A viagem foi realizada imediatamente após a agenda de compromissos em Cuba, na cúpula do G77+China.
O presidente ficará em Nova York até a próxima quinta-feira (21/09), com uma agenda de encontros com empresários e políticos, incluindo duas reuniões com seu homólogo norte-americano Joe Biden. Na quarta (20/09) haverá uma reunião bilateral, e depois está previsto o lançamento de uma iniciativa conjunta com pauta do trabalho.
De acordo com o Itamaraty, os dois presidentes devem anunciar um plano em defesa da criação de vagas de trabalho decente ao redor do mundo, com apoio da Organização Internacional do Trabalho (OIT). A iniciativa poderá contar com a participação de outros países interessados.
É a segunda vez em que o mandatário brasileiro visita os Estados Unidos neste terceiro mandato.
Costumeiramente, o discurso do Brasil abre a cúpula das Nações Unidas, que será o ponto principal da agenda do presidente no território norte-americano, que está previsto para terça-feira (19/09).
Neste ano, a Assembleia da ONU tem o tema Paz, Prosperidade, Progresso e Sustentabilidade. Sem revelar o teor do discurso que o presidente Lula fará na abertura, o secretário de Assuntos Multilaterais Políticos do Itamaraty, embaixador Carlos Márcio Bicalho Cozendeydisse, apenas disse que será a oportunidade para que o presidente Lula diga à comunidade internacional e, também, aos próprios brasileiros, quais são as linhas principais da política externa brasileira, em diferentes temas.
Ricardo Stuckert
Presidente Lula cumpriu agendas desde sexta-feira (15/09) fora do Brasil, indo a Cuba e, agora, aos Estados Unidos
Lula em Havana
Antes de embarcar para Nova York, na cúpula do G77+China que aconteceu em Havana, capital cubana, Lula criticou no sábado as sanções impostas pelos Estados Unidos contra Cuba, defendeu a reformulação do sistema de governança global e também questionou as empresas de tecnologia.
“É de especial significado que, nesse momento de grandes transformações geopolíticas, essa cúpula seja realizada aqui em Havana. Cuba tem sido defensora de uma governança global mais justa e até é vítima de um embargo econômica ilegal. O Brasil é contra qualquer medida coercitiva de caráter unilateral. Rechaçamos a inclusão de Cuba na lista de Estados patrocinadores do terrorismo”, destacou o petista.
Ainda na ilha, Lula se reuniu com seu homólogo de Cuba Miguel Díaz-Canel. Durante a reunião, foram discutidas questões relacionadas à agenda bilateral e regional. Também foram assinados acordos de cooperação que “ampliarão o intercâmbio de tecnologias entre os dois países”, de acordo com o governo, que acrescentou que esses entendimentos “simbolizam a retomada das relações diplomáticas entre Brasil e Cuba, que haviam sido abandonadas nos últimos anos”.
A reunião ocorreu no Palácio da Revolução – sede da Presidência cubana – e durou pouco mais de uma hora. Este é o terceiro encontro entre os dois presidentes neste ano. O primeiro foi na cúpula da Celac em janeiro. O segundo encontro foi em Paris, em junho, depois que os dois presidentes visitaram o Papa Francisco.
(*) Com Ansa, Brasil de Fato e Agência Brasil.