Luiz Inácio Lula da Silva chegou nesta quinta-feira (09/02) a Washington. A Força Aérea Brasileira (FAB) confirmou a aterrissagem do avião presidencial na capital norte-americana por volta das 18h48 (1648 na hora local).
Começa assim a quinta visita oficial de Lula como presidente aos Estados Unidos. Lula já é o mandatário brasileiro que mais vezes esteve na Casa Branca, e ampliará o recorde nesta sexta-feira (10/02), quando se reunirá com seu homólogo Joe Biden.
Também será o primeiro a se encontrar com três diferentes presidentes norte-americanos. A primeira visita de Lula à Casa Branca foi antes de tomar posse do primeiro mandato, em dezembro de 2002, quando foi recebido por George W. Bush.
O republicano voltaria a convidá-lo para mais duas visitas: em junho de 2003 (primeiro mandato) e em novembro de 2008 (segundo mandato).
A quarta passagem de Lula pela Casa Branca ocorreu em março de 2009, quando o presidente dos Estados Unidos era Barack Obama. Naquela ocasião, também estava presente Joe Biden, que era vice-presidente do país norte-americano, e agora será o anfitrião da nova visita.
A comitiva de Lula conta com a presença da primeira-dama Rosângela “Janja” da Silva e com os ministros Mauro Vieira (Relações Exteriores), Fernando Haddad (Fazenda), Marina Silva (Meio Ambiente) e Anielle Franco (Igualdade Racial).
Pauta do encontro
Segundo o Itamaraty, a reunião entre Lula e Biden terá três focos principais: a defesa da democracia, questões ambientais e a defesa dos direitos humanos.
Na questão da defesa da democracia, Lula pretende fazer uma comparação entre os atos de 8 de janeiro de 2023 em Brasília com o de 6 de janeiro de 2021 em Washington, quando ambas as capitais sofreram tentativas de golpe de Estado por parte de grupos de seguidores dos ex-presidentes Jair Bolsonaro e Donald Trump, respectivamente.
Ricardo Stuckert
Lula chegou aos Estados Unidos acompanhado da primeira dama Janja e de quatro ministros
Sobre meio ambiente, Lula deve enfatizar as mudanças na política brasileira desde a sua chegada ao Planalto, especialmente na questão da defesa dos povos indígenas e combate ao garimpo ilegal, além da prioridade às políticas para enfrentar a crise climática.
A partir desses elementos, o Brasil tentará buscar mais recursos estrangeiros para realizar esse trabalho de preservação da Amazônia e outros ecossistemas essenciais.
Finalmente, em termos de defesa dos direitos humanos, Lula deve reforçar a questão da proteção dos povos originários, mas também falar sobre as políticas brasileiras de combate à fome e à pobreza.
Agenda internacional cheia
Os Estados Unidos serão o terceiro país visitado por Lula neste seu terceiro mandato como presidente.
Em janeiro, o mandatário esteve na Argentina e no Uruguai, onde participou da Cúpula da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC), e se encontrou com presidentes de vários países, incluindo os dois anfitriões – o argentino Alberto Fernández e o uruguaio Luis Lacalle Pou, respectivamente –, além do outros homólogos importantes, como o cubano Miguel Díaz-Canel, em encontro que marcou a retomada das relações entre Brasil e Cuba.
Além disso, Lula também recebeu a visita do chanceler alemão Olaf Scholz, no Palácio do Planalto, no final de janeiro.
A agenda internacional de Lula deve ter visitas a China e Portugal nos próximos meses. As datas dessas duas viagens, porém, ainda não foram divulgadas pelo Itamaraty.