O presidente eleito do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, comentou a nova crise político no Peru, que terminou com a destituição de Pedro Castillo e a posse de Dina Boluarte como nova presidente do país andino, ambos episódios ocorridos nesta quarta-feira (07/12).

Em comunicado difundido no final da tarde, Lula disse que acompanhou “com muita preocupação os fatos que levaram à destituição constitucional do presidente do Peru, Pedro Castillo”.

Em seguida, o petista enfatizou que “é sempre de se lamentar que um presidente eleito democraticamente tenha esse destino, mas entendo que tudo foi encaminhado no marco constitucional”.

Lula também ressaltou que “o que o Peru e a América do Sul precisam neste momento é de diálogo, tolerância e convivência democrática, para resolver os verdadeiros problemas que todos enfrentamos”.

Sobre a nova presidente do Peru, Dina Boluarte, Lula desejou que ela “tenha êxito em sua tarefa de reconciliar o país e conduzi-lo no caminho do desenvolvimento e da paz social. Espero que todas as forças políticas peruanas trabalhem juntas, dentro de uma convivência democrática construtiva, a única forma capaz de trazer paz e prosperidade ao querido e fraterno povo peruano”.

Para finalizar, o presidente eleito assegurou que, “em meu governo, trabalharemos de forma incansável para reconstruir a integração regional, para o que a amizade entre o Brasil e o Peru é fundamental”.

Sobre os recentes acontecimentos no Peru, a destituição constitucional do presidente Pedro Castillo e a posse da presidenta Dina Boluarte.https://t.co/wHiyyBu2v8

— Lula (@LulaOficial) December 7, 2022

O impeachment de Castillo

Horas antes, no início da tarde desta quarta, Castillo anunciou a dissolução do Congresso e a instauração de um governo de exceção, uma medida que visava evitar a votação da moção de vacância por parte do Legislativo, a qual poderia ter como resultado a destituição do mandatário.

No entanto, esse objetivo não foi alcançado, já que o Congresso não acatou as medidas de Castillo. A votação da moção de vacância aconteceu minutos depois, e aprovada com 101 votos de 130 possíveis – superando e muito os 87 necessários.

Além do Legislativo, outras instituições tampouco aceitaram a decisão do agora ex-mandatário peruano, incluindo a Junta Nacional Eleitoral, as Forças Armadas e a própria Polícia Nacional, que efetuou sua prisão.

A própria Dina Boluarte, quando ainda era vice-presidente, expressou seu rechaço ao que considerou um golpe de Estado por parte de Castillo. Em sua conta de Twitter, ela disse a medida “agrava a crise política e institucional que a sociedade peruana terá que superar com estrito cumprimento da lei”.

Também durante a tarde, a Polícia Nacional do Peru efetuou a prisão do agora ex-presidente Pedro Castillo. Segundo a imprensa local, ele está sendo mantido sob custódia no edifício da Prefeitura de Lima, capital do país.

Finalmente, no final da tarde, o Congresso empossou Dina Boluarte como nova presidente, e ela se tornou a primeira mulher a assumir o governo do país andino.

Opera Mundi separou os mandatos dos últimos chefes de Estado peruanos / arte: Paola Orlovas