Atualizada às 16h26
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou neste sábado (09/11) durante ato realizado no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC que em nas próximas eleições presidenciais em 2022 a “esquerda que o Bolsonaro tanto tem medo vai derrotar a ultradireita”.
“Tenho certeza de que, em 2022, se a gente estiver junto e trabalhar certinho, a esquerda que o Bolsonaro tanto tem medo vai derrotar a ultradireita que nós queremos derrotar”, disse.
Esse foi o primeiro ato político do qual o ex-mandatário participou após deixar a prisão nesta sexta-feira (08/11) na sede da Polícia Federal em Curitiba.
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O ex-presidente criticou o governo de Jair Bolsonaro e disse que “ele foi eleito para governar para o povo brasileiro e não para governar para os milicianos do Rio de Janeiro”.
Ricardo Stuckert
Esse foi o primeiro ato político do qual o ex-mandatário participou após deixar a prisão nesta sexta-feira na sede da Polícia Federal
“Não tem ninguém que pode consertar esse país se vocês não quiserem. Não adianta ficar com medo, ficar preocupado com as ameaças que eles fazem na televisão, que vai ter outro AI-5. Este país tem 210 milhões de habitantes e a gente não pode permitir que os milicianos acabem com o país que nós construímos”, afirmou.
Lula ainda abordou a situação econômica do Brasil e disse que o país que “se as pessoas tiverem salário, onde estudar, acesso à cultura a violência vai cair”. “Eu estou disposto a andar por esse país com os dirigentes sindicais, porque não é possível que a gente viva nesse país vendo os ricos ficarem mais ricos e os pobres ficarem mais pobres”, disse.
O ex-presidente também criticou a postura de Bolsonaro em seus pronunciamentos públicos e lamentou o desrespeito do atual presidente com mulheres, negros, LGBTs e com as pessoas mais frágeis da sociedade.
Veja o discurso de Lula na Íntegra:
Segundo Lula, essa postura de Bolsonaro também se traduz em suas ações de governo. “Quero saber porque esse cidadão que se aposentou muito jovem quis tirar aposentadoria do povo brasileiro. Quero saber porque esse cidadão que nunca ganhou salário mínimo quer congelar o salário, que nunca teve a carteira profissional azul quer criar a carteira verde amarela que vai ter empregos intermitentes. Não vai ter registro em carteira. Eles estão apresentando um projeto econômico que vai empobrecer cada vez mais a sociedade brasileira”.
O ex-presidente cobrou justiça no caso de Marielle. Lula disse que Bolsonaro foi eleito para governar para o povo brasileiro e não para os milicianos do Rio de Janeiro. “Não é a gravação do filho dele que vale. É preciso que haja uma perícia séria para que a gente saiba definitivamente quem matou Marielle”.
América Latina e Trump
O ex-presidente ainda citou os protestos no Chile contra o governo neoliberal de Sebastián Piñera como exemplo de mobilização e felicitou a vitória do peronista Alberto Fernández nas eleições presidenciais na Argentina.
“Nós só iremos salvar esse país se tivermos coragem de fazer um pouco mais. Estamos vendo o que está acontecendo no Chile, esse é o modelo que o [Paulo] Guedes quer. Na Argentina, o companheiro Alberto Fernández deu uma surra no [Mauricio] Macri”, disse.
Lula ainda criticou o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e disse que o mandatário deveria se preocupar mais com os problemas dos norte-americanos e “parar de encher o saco dos latino-americanos”.
*Com Brasil de Fato