No último domingo (01/01), Luiz Inácio Lula da Silva tomou posse como presidente do Brasil pela terceira vez, em um evento descrito pelo jornal britânico The Guardian como “uma cerimônia profundamente simbólica e emotiva”.
“Enormes multidões de apoiantes extasiados de Lula inundaram as ruas da capital do Brasil para celebrar o sensacional renascer político de um homem que há pouco mais de três anos estava a definhar na prisão sob acusações de corrupção que mais tarde foram anuladas”, escreveu o veículo.
O diário francês Le Monde, por sua vez, chamou o atual presidente de “ícone da esquerda brasileira”, enquanto lembra da ausência de Jair Bolsonaro na cerimônia.
Ao apontar que Bolsonaro deixou o país apenas dois dias antes do fim de seu mandato, o jornal afirmou que “as cerimônias de inauguração foram desdenhadas pelo Chefe de Estado cessante”, que não entregou a faixa presidencial ao seu sucessor, mesmo sendo um costume da tradição democrática brasileira.
Outro veículo que apontou a falta de Bolsonaro dentro do evento teria sido o norte-americano The New York Times, que afirmou que o ex-presidente teria “se refugiado” em Orlando também apontando sua ida até um restaurante da rede de fast food KFC, no último sábado (31/12).
Ao se referir ao rumo da política brasileira na última década, o Times ainda escreveu que “a ascensão de Lula à presidência encerra um espantoso regresso político”.
Similarmente, o jornal argentino Página12 afirma que “milhares de pessoas ficaram cheias de alegria com a volta de Lula ao poder e de alívio no final de um ciclo que para a maioria delas era uma página negra na história do país”.
Ricardo Stuckert
Luiz Inácio Lula da Silva tomou posse como presidente do Brasil pela terceira vez no último domingo (01/01)
Para justificar a afirmação, o meio midiático apontou que “cada um dos setores mobilizados em Brasília foi em algum momento atacado por Bolsonaro. É por isso que dezenas de milhares de pessoas ficaram cheias de alegria pela volta de Lula e de alívio no final de quatro anos que, para a maioria, significava uma grande página negra”.
A revista alemã Der Spiegel, ao chamar Lula de “um homem livre e íntegro”, argumentou que ele “não é um divisor, mas um reconciliador, como tem provado repetidamente durante a sua longa vida política”.
A publicação também disse que Lula precisará de energia, “porque os próximos quatro anos serão muito mais difíceis do que o seu primeiro mandato”.
O jornal espanhol El País também comentou sobre os próximos desafios de Lula como presidente: após empregar o título “A volta de Lula traz o Brasil de volta ao mundo”, o veículo destacou o cenário diplomático do Brasil.
“O mundo adorava Lula e adorava o Brasil”, escreveu, e completou, ao apontar que “o presidente não perdeu a sua aura aos olhos dos estrangeiros, dada a recepção que recebeu no Itamaraty e a assistência internacional na sua inauguração em Brasília, o triplo da de Jair Bolsonaro há quatro anos”.