Março pode se tornar um dos meses mais sombrios para o mercado bancário mundial depois da quebra do Silicion Valley Bank (SVB) e da crise do Credit Suisse. O Deutsche Bank AG, maior banco da Alemanha, é o novo foco de preocupação do setor depois que suas ações registraram o pior patamar dos últimos três anos.
O resultado foi fruto de um comunicado do banco alemão dizendo que planeja amortizar cerca de 1,3 bilhão de euros de dívida subordinada em 24 de maio, antes de seu vencimento em 2028. A direção do Deutsche Bank a decisão cumpre com “todas as normas regulatórias necessárias” e que arcará com 100% do seu valor nominal das suas obrigações, “com juros acumulados até à data de amortização”.
A baixa de 15% registrada nas ações do banco nesta sexta-feira (24/03) igualou o recorde negativo de março de 2020, quando o país vivia os primeiros dias da pandemia de coronavírus. O índice DAX da Bolsa de Frankfurt sofreu as consequências da crise bancária e fechou em queda de 1,86%.
A preocupação é que a crise do Deutsche Bank escale ao mesmo nível do suíço Credit Suisse, que obrigou o governo do país alpino a intervir não só com ajuda financeira, mas também negociando para que outro banco, o UBS, adquirisse a entidade em problemas.
Wikimedia Commons
Situação do Deutsche Bank poderia contagiar outras instituições financeiras em toda a Europa
No entanto, o governo alemão respondeu com certa indiferença quando questionado pela imprensa local. O porta-voz Nodjinan Nimindé-Dundadengar afirmou que “como é habitual, não nos pronunciamos sobre empresas específicas e menos sobre os mercados financeiros”.
O chanceler alemão Olaf Scholz fez declarações preferiu um tom de moderação, tentando diminuir a preocupação com o colapso de suas ações do maior banco do país. “O Deutsche Bank modernizou e reorganizou seu modelo de negócios, e continua sendo um banco muito lucrativo. Não há necessidade de se preocupar com nada”, disse o líder social-democrata.
Depois dos colapsos do Silicon Valley Bank e do Credit Suisse, a preocupação dos mercados internacionais é sobre a dimensão destas entidades financeiras, cuja insolvência poderi arrastar grande parte do sistema bancário europeu e mundial para a total incerteza.
A situação do Deutsche Bank poderia contagiar outras instituições: o também alemão Commerzbank AG, o espanhol Banco de Sabadell SA e o francês Societe Generale SA sofreram baixas em suas ações.
O Deutsche Bank conta com mais de 100 mil funcionários e filiais em mais de 70 países, com grande presença na Europa, Estados Unidos, América Latina e Ásia-Pacífico.