A Confederação Geral do Trabalho (CGT), maior central sindical da Argentina, anunciou nesta quinta-feira (28/12) que realizará uma greve geral no país contra o Decreto de Necessidade de Urgência (DNU) enviado ao Congresso pelo presidente de extrema direita Javier Milei enviou ao Congresso há uma semana.
O DNU é conhecido na imprensa local como “Lei Ônibus”, por se tratar de um pacote com 366 medidas econômicas que buscam remodelar a economia do país retirando direitos dos trabalhadores e entregando maiores benefícios a empresas e operadores do mercado financeiro.
Durante uma coletiva de imprensa que reuniu toda a mesa diretora da entidade, a CGT apresentou o cronograma de mobilizações para o primeiro mês de 2024, que terá sua principal jornada no dia 24 de janeiro, quando acontecerá uma greve geral, na qual estaria prevista uma paralisação em todo o país.
O encontro também anunciou o dia 10 de janeiro como data para a realização de assembleias reginais em todas as províncias do país para organizar os atos que serão realizados durante a greve geral.
Segundo Héctor Daer, um dos líderes da CGT, “esta é uma apenas uma primeira resposta a um pacote de medidas com características ilegais e inconstitucionais”.
Télam
Direção da CGT argentina anunciou o dia 24 de janeiro como data da primeira greve geral contra o governo de Javier Milei
“Não há necessidade nem urgência de aparecer com tantos artigos que viram de cabeça para baixo a matriz administrativa do nosso país, chegando à situação absurda de se autorizar a doar empresas como Aerolíneas Argentinas (atualmente estatal), que é patrimônio de todos os argentinos”, comentou Daer durante a coletiva.
Além da greve geral do dia 24 de janeiro, a CGT prometeu entrar com uma liminar na Corte Suprema de Justiça da Argentina pedindo declarar o decreto de Milei como inconstitucional.
A entidade acrescentou a greve geral contará com o apoio de diversas organizações e movimentos sociais do país, incluindo as Avós da Praça de Maio, a Confederação de Trabalhadores da Economia Popular (CTEP), entre outras.
Protestos após a posse
Apesar de ter assumido o poder há apenas três semanas, Javier Milei já foi alvo de uma série de protestos contra o seu governo, muitos deles em repúdio justamente à Lei Ônibus, que retira direitos dos trabalhadores e beneficia empresas e o mercado financeiro, além de favorecer a privatização de empresas públicas.
A maior dessas manifestações aconteceu nesta quarta-feira (27/12) em frente ao Palácio de Tribunais (sede do Poder Judiciário argentino), que reuniu cerca de meio milhão de pessoas, segundo informações da imprensa local.